quarta-feira, 4 de abril de 2012

Street Art na Braga 2012

Eime e "Projeto Mentiras" de Hugo Ribeiro

“Call Up” foi a primeira iniciativa do “Street Art & Património” de Braga 2012 – Capital Europeia da Juventude, apelando à participação de jovens artistas, designers, fotógrafos, individualmente ou integrados em associações da cidade ou entidades académicas e estatais.

De acordo com o programa oficial, “O objetivo do “Street Art & Património” é encarar o património como um universo aberto e em permanente crescimento. (…) Simultaneamente, acabar com o afastamento intelectual e prático entre artistas, empresas, instituições e, a nossa maior tela comum, as ruas. Mudar a forma de pensar e trabalhar, as cidades.”

O artista de rua Eime (Daniel Teixeira, n. Caldas da Rainha), que utiliza a técnica do stencil, foi selecionado para uma intervenção de “street art” na cidade. Eime é um dos 15 artistas (locais, nacionais e estrangeiros) inicialmente convidados a intervirem no espaço urbano.

O cartaz do “Call Up” tem por base uma pintura mural de Eime nas Caldas da Rainha

Nas traseiras da Sé de Braga, encontra-se uma instalação de Hugo Ribeiro intitulada “Projeto Mentiras”, que me parece integrar-se no “Street Art & Património” mas também no “[EM] CAIXOTE”, que “visa a dinamização e valorização artística, turística e cultural do centro histórico de Braga” e “tem como objectivo a promoção e divulgação de jovens criadores, projetos e entidades a nível local, nacional e internacional.” (1)

Trata-se de uma estrutura caótica de grandes dimensões, composta por tubos de cartão de variados tamanhos unidos com parafusos. Um trabalho curioso, inesperado, que surpreende quem circunde a Sé. Pode-se circular pelo interior da instalação.

Num texto disponível no local, o projeto é explicado (pelo próprio autor?) como se segue:

“O projeto Mentiras é uma intervenção no espaço – centro histórico de Braga – que através de uma instalação pretende debruçar-se sobre a mentira, a falsidade, a intenção de enganar, a ilusão e tudo o que é contrário à verdade.

Cada um dos tubos de cartão que integra a instalação é interpretado como uma mentira.

O seu conjunto constitui uma construção frágil, mas que ao mesmo tempo adquire um valor arquitetónico, que confronta não só a linguagem estética canónica, mas também o conceito de interação com as dinâmicas dos espaços e dos indivíduos que os preenchem.

A obra só se transcende quando acontece uma reflexão individual que lhe confere um caráter dinâmico no espaço e no tempo.”


(1) - O programa da Braga 2012 é algo confuso para quem planeia uma visita a Braga ou chega à cidade e tenta perceber o que se passa ou irá passar nesse dia. A calendarização a que se pode aceder na página inicial do site oficial deveria ser mais pormenorizada e clara, distinguindo as iniciativas já realizadas, as que decorrem e os eventos previstos, com indicação clara do local, horário e condições de acesso. Guimarães 2012, por exemplo, edita uma agenda mensal que é distribuída gratuitamente e em quantidade, mas também é verdade que os objetivos e funcionamento das duas capitais europeias são bem diversos e seguem dinâmicas próprias.

+BRAGA 2012 no Artes-Vivas.

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