terça-feira, 31 de março de 2009

"Senhor e Deus" - fotografias de José Santos


Bem emoldurada pelo espírito pascal, surge esta nova exposição de fotografia de José Santos, que ainda há poucos dias encerrou a sua exposição de estreia, “Luzes”, no Museu de Grão Vasco em Viseu.

Intitulada “Senhor e Deus”, a mostra reúne quinze fotografias de grande formato, todas sobre a figura do Crucificado. O número 15 evoca as estações da Via-sacra.

Ao contrário das foto-pinturas de “Luzes”, estas fotografias perseguem assumidamente a figura do crucifixo, cuja forma difusa, etérea, acentua a espiritualidade da mera representação simbólica tradicional. Os efeitos da desfocagem e torção, desenhados pelo movimento da câmara em zoom- in e zoom-out, desdobram a imagem criando um original universo de novas leituras sugestivas.

A exposição abre ao público no dia 1 de Abril na sala de exposições do Posto de Turismo de Seia. No dia 4, a exposição será deslocada para a igreja nova de São Romão, integrando-se nas “II Jornadas do Conhecimento” , regressando no dia seguinte ao Posto de Turismo.
.



sexta-feira, 20 de março de 2009

OBRAS DE ARTE EM SEIA - 6

Monumento à Criança (Torroselo, 1979)

Continuando a evocar Manuel de Almeida Sousa, que teria hoje 54 anos (11 de Janeiro de 1955), visitemos a sua terra natal para apreciar o Monumento à Criança.

Em 1979, comemorou-se o Ano Internacional da Criança e a Junta de Freguesia de Torroselo decidiu associar-se às comemorações construindo um monumento à criança. A iniciativa era inédita na região e acarretava alguns custos para as magras disponibilidades da Junta, mas esta contava com o dinamismo e desembaraço de Manuel Almeida Sousa, em mandato de estreia nas lides autárquicas (1976-1979).

O escultor escolhido, J. Reis Duarte (também autor do Monumento ao Dr. Alcino Simões, na Lousã), concebeu um conjunto escultórico composto por duas pequenas figuras e um volumoso plinto de suporte. A solução para dar dimensão e peso ao monumento com o máximo de poupança foi inteligente, já que o plinto integra a cena esculpida, funcionando como um muro sobre o qual as crianças brincam com uma pomba.

A fundição das figuras e construção do monumento ficou a cargo da Metalúrgica da Beira – Catraia, Oliveira do Hospital, conforme indicado na placa.

.

.
Situado numa pequena praça junto da escola do 1º Ciclo/antiga escola primária de Torroselo (onde Manuel Sousa colaborava com sua esposa, a professora Emília Ferrão Sousa, na organização e dinamização de actividades com as crianças), o monumento serve de suporte a várias mensagens emotivas, bem ao gosto do Homem sensível e amigo das crianças que era o criador da Escola Evaristo Nogueira. Para além do conhecido verso de Fernando Pessoa, “O melhor do mundo são as crianças”, então muito citado, e da referência ao Ano Internacional da Criança, pode ler-se:

“Flor mais linda do jardim,
Sol mais quente da esperança,
Prémio mais alto do amor,
Sempre tu, criança!”

No mês seguinte à inauguração do monumento, Manuel Sousa concluiu a sua licenciatura em História (11 de Julho de 1979). Seria Presidente da Junta de Freguesia de Torroselo até 1982.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Nadir Afonso - O Artista que foi Arquitecto

São muito interessantes as recentes entrevistas de Nadir Afonso ao Público (ler aqui) e à SIC Notícias (ver aqui). Com uma louvável lucidez e frescura, o artista transmontano que foi arquitecto, fala de si, da sua pintura e dos seus projectos. Dos episódios pitorescos (a inscrição em Arquitectura na ESBAP, as meias de picasso, o retoque dos quadros, etc.) à Fundação Nadir Afonso, a instalar em Chaves, destaco principalmente os momentos em que o Mestre clarifica a sua posição em relação à arquitectura e à crítica de arte.
.
O que (não) surpreende nestas entrevistas é a clareza e força afirmativa do seu "manifesto" (defendendo a lógica matemática da composição, entendida também como "diálogo" entre formas e entre cores), apresentado sem rodeios e com todas as letras, mas com uma enorme humildade para um artista da sua dimensão. Transparece ainda a exigência e o rigor da sua pintura, que nos transporta para diferentes níveis de percepção/entendimento do real.
.
Com uma interessante carreira na Arquitectura, tendo trabalhado com dois dos maiores arquitectos de sempre (Le Corbusier e Oscar Niemeyer - que defendiam o oposto: o ângulo recto e a linha curva, respectivamente), cabe perfeitamente na galeria dos melhores arquitectos portugueses, ao lado de um Fernando lanhas, e logo atrás de Siza Vieira - que assina o projecto da Fundação Nadir Afonso. Aliás, a Arte Portuguesa Contemporânea possui excelentes arquitectos-pintores - um pouco pela razão apontada pelo Mestre flaviense: ao tempo, quem terminava o Curso dos Liceus nem sempre tinha "coragem" para se inscrever no Curso de Pintura.

sexta-feira, 13 de março de 2009

OBRAS DE ARTE EM SEIA - 5

Ângelo Ribeiro: Monumento aos Combatentes do Ultramar (2008)
.


A construção de um monumento aos combatentes do Ultramar era uma intenção da Câmara pelo menos desde 2000, quando o Presidente Eduardo Brito propôs homenagear os 43 jovens militares do concelho de Seia que perderam a vida na guerra colonial em África (1961-1974). Chegou a realizar-se um concurso de ideias, no qual sobressaiu a proposta de Ângelo Ribeiro, um escultor natural de Vila Nova de Gaia cujos trabalhos de pequenas dimensões/maquetas foram bastante apreciados na Artis II.

No entanto, a localização inicialmente prevista (o antigo jardim da Casa das Obras, nas traseiras da Câmara) revelou-se insuficiente para acolher o monumento com 12 metros de comprimento – um longo, ondulado e maciço painel vertical, em aço corten, que suporta os nomes dos 43 militares mortos na guerra do Ultramar. O pesado painel não apoia directamente no solo, “criando a sensação de levitação, reforçando assim a ideia da leveza do tempo», e contém uma abertura antropomórfica com 1,80 metros de altura, representando uma ausência - “uma figura ausente, uma figura vazia...». Destacada do painel, a figura que representa a memória tem uma dimensão maior, “pois a sua memória além de forte é permanente” e encontra-se sobre uma linha de cascalho – um tapete, um caminho orientado para sudeste, apontando a direcção do antigo Ultramar.


.
Segundo referiu o autor na memória descritiva, o monumento pretende “simbolizar o silêncio deixado pelos nossos soldados que caíram na guerra do Ultramar”, sendo por isso uma “homenagem ao silêncio da omnipresença das pessoas que deixaram o seu povo, as suas famílias, as suas raízes. Ao silêncio da sua dor. Ao silêncio da distância. Ao silêncio...”.

O Monumento aos Combatentes do Ultramar foi inaugurado no dia 25 de Abril de 2008, na Avenida dos Bombeiros Voluntários, junto à Urbanização Martinhos, em local aberto e relvado. Esta zona ficará brevemente mais interessante e mais movimentada pois já está a ser construída uma grande rotunda de acesso à via circular de Seia, que ligará a rotunda do Pingo Doce a São Romão, passando por Quintela.

Em 2005 e 2008, Ângelo Ribeiro expôs em Seia, primeiro na Casa Municipal da Cultura e, depois, no espaço verde da quinta do Carvalhal, no CISE - Centro de Interpretação da Serra da Estrela, juntamente com o escultor Moisés Tomé. Na ocasião, foi editado um magnífico catálogo com toda a informação sobre os autores e as peças da exposição ao ar livre, intitulada "DE ESCULTURA".



O escultor de Gaia foi ainda o autor do troféu Campânula de Mérito Municipal, atribuído anualmente pelo Município de Seia a personalidades e instituições, pelos seus “feitos notáveis em prol do Concelho e do País, cujo mérito deve ser publicamente reconhecido”.



Ver mais obras de Ângelo Ribeiro no seu blog.



Ângelo Ribeiro nasceu em Vila Nova de Gaia em 1967. Curso de Belas Artes - Escultura na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, 1995. Desde então, vem desenvolvendo a sua actividade plástica de forma regular em torno da investigação “eu” em diálogo com o “espaço” explorando as tecnologias da pedra, do aço e do bronze. Elemento fundador do grupo de Escultura raizdecinco.

Expõe regularmente desde 1994, sobretudo em exposições colectivas, as últimas das quais:


2003: Exposição de arte Erótica, Porto; Artis II – como artista convidado, Seia; Humaniartes, Porto; Escultura, Universidade Portucalense, Porto; Arte Erótica, Gondomar; Bronzes, Galeria de Arte da Sé, Viseu.

2004: Arte erótica, Casa Eros, Porto; Com sequência, Galeria Projecto, Porto; III Prémio de Artes Plásticas-Baviera séc. XX; Workshop de Escultura em metal de Caminha, Vilar de Mouros; Exposição de Escultura, jardins da Igreja Matriz, Caminha.

2005: Exposição de Escultura, Casa Municipal da Cultura, Seia; II concurso de Artes Plásticas de Penedono; Exposição de Escultura, Auditório Municipal de Cultura, Santa Marta de Penaguião; Exposição de arte CERTAME, Gondomar; Exposição de Arte Erótica, Gondomar.


2006: III Concurso de Artes Plásticas, Penedono.

2007: LandArt na Lavandeira, Vila Nova de Gaia.

2008: De Escultura, quinta do Carvalhal, no Centro de Interpretação da Serra da Estrela, Seia.


Atelier em Pedroso, Vila Nova de Gaia.



Fontes: catálogo DE ESCULTURA (CISE-CM Seia, 2008); angeloribeiro.blogspot.com; informação oficial em www.cm-seia.pt; jornais locais Porta da Estrela e Jornal de Santa Marinha.

quarta-feira, 11 de março de 2009

OBRAS DE ARTE EM SEIA - 4

Henadzi Lazakovich e o busto do Dr. Manuel Sousa (São Romão, 2003)

No próximo dia 25 de Março, passam 9 anos sobre o trágico desaparecimento de Manuel de Almeida Sousa (Torroselo, 11/01/1955 - Seia, 25/03/2000). Nunca será demais recordar o amigo insubstituível, optimista, voluntarioso, dedicado, incentivador, generoso. Uma das personalidades da vida senense nos anos 80 e 90, distinguiu-se na política, ensino, solidariedade e cultura.
.


Após várias homenagens, com ponto alto na homenagem póstuma na 1ª Gala do Concelho de Seia / Entrega dos prémios “Estrelas da Serra”, organizada pelo Jornal Notícias da Serra e Orfeão de Seia, em 2002, foi formada uma comissão para preparar uma grande homenagem a Manuel Sousa, em 2003.

Constituída por diversas personalidades ligadas sobretudo às colectividades do concelho, a comissão organizou uma recolha de fundos para um busto, a ser colocado à entrada da Escola Evaristo Nogueira – estabelecimento de ensino semi-particular fundado pelo homenageado, em sociedade com António Eduardo, e por ele dirigido até ao dia do fatídico acidente.

O busto foi encomendado ao escultor Soares Branco, que trabalhou a partir de várias fotografias, mas o resultado ficou aquém das expectativas da Comissão e da viúva de Manuel Sousa, Emília Sousa Esse trabalho foi posteriormente concretizado por Henadzi Lazakovich, o escultor bielorrusso radicado em Seia, que seguiu as linhas de composição de Soares Branco, bem patentes numa comparação estrutural entre os bustos do Dr. Guilherme e de Manuel Sousa.


.

A homenagem a Manuel de Almeida Sousa decorreu em 27 e 28 de Setembro de 2003, com um vasto programa de actividades centralizado na Escola Evaristo Nogueira. Na Casa Municipal da Cultura, esteve patente uma exposição fotográfica organizada pela Fototeca de Seia, “Manuel Sousa - Vida e Obra”.

Henadzi Lazakovich (Guena) nasceu em Kirovsk, Bielorrússia, em 1966. Reside em Seia desde 2002, trabalhando na Fundação Aurora Borges, em Santa Marinha.

Frequentou o Tecnicom de Arte Decorativa de Bobruisk entre 1981 e 1984 e a Universidade Pedagógica, Faculdade de Arte de Vitebsk, entre 1987 e 1993.

É pintor de Arte e escultor, trabalhando ainda na área do restauro de talha e de pintura. Participou em várias exposições colectivas em Seia, com destaque para a ARTIS – Festa das Artes e Ideias de Seia, Góis e Castanheira de Pêra (2008).


.

Em 2004, integrado numa equipa de trabalho com técnicos do Museu do Pão, esculpiu em massa de pão os bustos dos 34 Reis de Portugal, destinados a uma exposição inédita do já famoso museu senense, que decorreu entre Outubro de 2004 e Março de 2005.

Fontes: "Estrelas da Serra", Mário Jorge Branquinho, Jornal Notícias da Serra/Orfeão de Seia, 2002; site da Escola Evaristo Nogueira; Jornal Notícias da Serra; Jornal de Notícias; Porta da Estrela; Jornal de Santa Marinha.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Bicentenário de Edgar Allan Poe

A 19 de Janeiro, passaram 200 anos sobre o nascimento do poeta Edgar Allan Poe, mais conhecido pelas suas histórias de horror, crime e ficção científica. Juntamente com Mary Shelley (Frankenstein, 1818), é considerado o criador do género literário Ficção Científica – o primeiro a introduzir situações bizarras e estados psicologicamente doentios na literatura. As suas obras mais conhecidas são "A queda da casa de Usher", "Os crimes da Rue Morgue", "O gato preto".

No entanto, a sua obra foi inicialmente mal recebida, sobretudo os contos. Em 1845, granjeou alguma fama com o poema "Raven", mas teve apenas reconhecimento póstumo graças aos poetas e críticos franceses Baudelaire e Paul Valéry, aos surrealistas (que o reclamaram como precursor), a Fernando Pessoa e Machado de Assis (que o traduziram para língua portuguesa) e a Jorge Luis Borges, admirador incondicional da sua obra. Edgar Allan Poe é hoje um autor incontornável da literatura norte-americana do século XIX e uma das maiores referências românticas e simbolistas da Literatura universal.
.
A 16 de Janeiro de 2009, entrou em circulação nos EUA (Richmond, Virgínia), um selo comemorativo dos 200 anos do nascimento de Edgar Allan Poe, de autoria de Michael J. Deas.

As suas histórias estranhas e fantásticas serviram de inspiração a muitos realizadores de cinema, com destaque para Tim Burton (“Eduardo Mãos-de-Tesoura”, “Corpse Bride”) e foram sucessivamente adaptadas para a grande tela, desde 1909, em França, Grã-Bretanha, Alemanha e Estados Unidos. A estreia do filme mais recente, uma “biopic” (cinebiografia) intitulada “Poe”, de Sylvester Stallone, foi anunciada para 2009 (e posteriormente adiada para 2011).

Nascido em Boston a 19 de Janeiro de 1809, morreu cedo, aos 40 anos, e teve uma vida à altura das suas histórias de horror e crime. Ficou órfão ainda em criança e foi criado por um agricultor de tabaco na Virgínia, do qual adoptaria o apelido Allan.
Realizou alguns estudos universitários, que abandonou por falta de meios, esteve no exército e acabou por se instalar em Nova Iorque como editor (em sociedade com C.F. Briggs) e crítico literário. A vida começava a correr-lhe bem e casou com uma prima, Virginia, de 13 anos.

Em meados dos anos 40, porém, a falência do seu jornal e, logo depois, a morte da sua esposa, em 1947, levaram-no a uma espiral de auto-destruição com álcool e opiáceos, que culminaria com a morte, em Outubro de 1849, em circunstâncias pouco claras, como explica James Southall Wilson, no Poe Museum: foi encontrado "em Baltimore numa sórdida taberna, pelo Dr. James E. Snodgrass, seu velho amigo, no dia 3 de Outubro, com roupas que não eram suas e numa condição deplorável. Encontrava-se em estado de delirium tremens e foi levado ainda inconsciente ao hospital Washington College Hospital, onde foi atendido pelo médico residente Dr. J.J. Moran, e onde morreu quatro dias depois, no domingo, 7 de Outubro de 1849. Foi enterrado no pátio da igreja Westminster Presbyterian Church, em Baltimore, Maryland.”

Fontes: wikipédia; Poe Museum; Portal Edgar Allan Poe

quinta-feira, 5 de março de 2009

"Séraphine" (con)vence nos Césares 2009


O filme «Séraphine», de Martin Provost, foi o grande vencedor dos Césares de 2009, conquistando sete troféus. Na 34ª cerimónia dos Césares, o equivalente aos Óscares em França, Dustin Hoffman recebeu o prémio de carreira (César Honorário).

.

.“Séraphine”, de Martin Provost, conta a relação entre o coleccionador e negociante de arte alemão Wilhelm Uhde e a artista naïf Séraphine Louis (Yolande Moreau), que ele descobriu em Senlis. Ver trailer do filme.

Para além de Yolande Moreau, a vencedora do César para a Melhor Actriz, foram nomeadas: Catherine Frot ("Le crime est notre affaire"); Kristin Scott Thomas ("Il y a longtemps que je t`aime"); Sylvie Testud ("Sagan"); e Tilda Swinton ("Júlia").

Entre os sete filmes candidatos ao César para Melhor Filme, estava "A Turma", Palma de Ouro do Festival de Cannes 2008, “Paris” e “Mesrine: L'instinct de mort”.
.

.
O filme policial "Mesrine: L'instinct de mort" (o gangster francês Jacques Mesrine, morto pela polícia em Paris, em 1979), com nove nomeações, obteve três Césares, vencendo as categorias de Melhor Realizador, Melhor Actor e Melhor Som. Ver trailer do filme.

Outro candidato ao César de Melhor Actor era Guillaume Depardieu, filho de Gérard Depardieu. O seu desempenho em "Versailles" e a emoção suscitada pela sua morte prematura (Outubro de 2008, de pneumonia) não foram suficientes para retirar o César a Vincent Cassel, protagonista de "Mesrine".

O filme que retrata cinco dias na vida de uma família, «Le Premier Jour du Reste de ta Vie», arrecadou os Césares para o Melhor Actor Revelação, Melhor Actriz Revelação e Melhor Montagem.

“A Turma”, de Laurent Cantet, um filme entre a ficção e o documentário, que retrata o quotidiano de uma sala de aulas numa escola dos arredores de Paris, conquistou apenas o troféu de Melhor Argumento Adaptado.

Na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, foram nomeados: "Eldorado", de Bouli Lanners, "Gomorra" de Matteo Garrone, "Into the wild" de Sean Penn, "Le silence de Lorna" de Jean-Pierre et Luc Dardenne, "There will be blood" de Paul Thomas Anderson, "Two lovers" de James Gray e "Valsa com Bachir" de Ari Folman. Nenhum filme português foi considerado.

Os Césares de 2009 ficaram marcados pela polémica em torno da falta de uma categoria específica para a comédia, com fortes tradições no cinema francês. Esta limitação levou a que a comédia “Bem-vindo ao Norte”, realizado e protagonizado por Dany Boon, recebesse apenas uma nomeação, para Melhor Argumento Original – um prémio que caiu também no cesto de “Séraphine” – apesar do sucesso da película, bateu todos os recordes em França com 20 milhões de espectadores. A polémica foi sanada – ou adiada? – quando o Presidente da Académie des Arts e Techniques du Cinema, que promove a cerimónia e atribui os Césares considerou a possibilidade da criação de um novo César, já em 2010, para Melhor Filme de Humor.

Césares 2009

“Séraphine”: Melhor Filme Francês, Melhor Actriz (Yolande Moreau), Melhor Argumento Original, Melhor Fotografia, Melhor Banda Sonora, Melhor Guarda-Roupa e Melhor Direcção Artística.

“Mesrine”: Melhor Realizador (Jean-François Richet), Melhor Actor (Vincent Cassel) e Melhor Som.

“Le Premier Jour du Reste de ta Vie”: Melhor Actor Revelação (Marc-André Grondin), Melhor Actriz Revelação (Deborah François) e Melhor Montagem.

“Il y a Longemp que je t’Aime”: Melhor Primeiro Filme (Philippe Claudel); Melhor Actriz Secundária (Esla Zyklberstein).

“A Valsa com Bashir”: Melhor Filme Estrangeiro.

“Un Conte de Noel”: Melhor Actor Secundário (Jean-Paul Roussillon).

“A Turma”: Melhor Argumento Adaptado.

“Les Miettes”: Melhor Curta-Metragem.

“Les Plages d’Agnès”, de Agnès Varda: Melhor Curta-Metragem Documental.