(1) - Texto do folheto da exposição em Penamacor.
domingo, 10 de outubro de 2010
TRICENA, TRISENA, TRÊS ARTISTAS DE SEIA
(1) - Texto do folheto da exposição em Penamacor.
AGIRARTE 13
“O número 13, como é sobejamente conhecido, está carregado de forte simbolismo, andando quase sempre de mãos dadas com essa coisa chamada azar. Mas chegar até à 13ª edição do AGIRARTE, o Festival de Artes Plásticas de Oliveira do Hospital, será tudo menos azar. Aliás, para se chegar até aqui foi preciso também muita sorte. Sorte em estarmos unidos, sorte em podermos trabalhar juntos, sorte em termos sempre artistas interessados em participar, sorte em termos os parceiros certos para o sucesso do certame, enfim, sorte em podermos ser bafejados com a arte ao virar da esquina, sempre presente durante o mês de Dezembro, como tem sido habitual ao longo de todos estes anos.
Desde a sua fundação que a OHs.21 tem tido uma palavra a dizer no mês que se avizinha e este ano, naturalmente, não é excepção. Prometemos pintar os espaços públicos do concelho com outras cores e tudo faremos para que tal seja uma realidade.”
Luís Antero (Presidente da Direcção da Ohs.21)
terça-feira, 5 de outubro de 2010
ANA MARIA NA GALERIA SÃO MAMEDE - LISBOA
Fazia crescer impressões para transportar num colar que me ensinava a amar”
A Galeria de São Mamede em Lisboa anuncia uma importante exposição da artista Ana Maria, a partir de 14 de Outubro. Intitulada “Pintura, Chá e Amor” a exposição composta por 13 pinturas e 15 desenhos estará patente até 11 de Novembro.
Ana Maria, pintora neofigurativa abstratizante, nasceu em Lisboa, em 1959. Licenciou-se em Filosofia. Expõe individualmente desde 1983 tendo sido distinguida no decurso da sua carreira com diversos prémios, entre os quais o «Prémio Nacional de Pintura Júlio Resende» (1990) duas menções honrosas na Bienal de Vª Nª de Cerveira (1991 e 2003), e o importante Prémio Amadeo de Souza-Cardoso em 2005.
Como refere o Arqº Joaquim Carvalho Mota no texto de apresentação do catálogo (cujo texto integral se anexa), “Cada uma das composições inventa um tempo diferente, sem medo, aborrecimento, passado ou futuro. Novas e moderníssimas formas, para criar múltiplas encenações com figuras, todas vivas, todas prontas para o movimento, ao mínimo sinal de agilidade mental. (…)Neste universo de realismo mágico, onde a lei é o desejo, tudo é promessa de felicidade, objecto belo, espirais arco-íris, perpetuamente tempestades de afectividades, libertação da lógica, viagens. As emoções, profundas, juntam-se ao fantástico, em melancolia romântica, pelo apelo forte das imagens, formas aparentemente sinceras, amistosas, difíceis de elucidar.”
Ana Maria convida o espectador a entrar no seu mundo através de um texto muito interessante do qual reproduzimos as primeiras linhas:
“Foi no dia da passagem de todas as passagens que olhou a margem, expôs rios coloridos e descobriu a transparência, a leveza, e todas as coisas belas que puderes esperar. Não tinha medo de pintar.
Nem sempre foi assim, noutros tempos vivia na ingenuidade, preocupada apenas com a evidência, produzia para existir. Não sabia que o tempo tornava a arte num mar grandioso de ondas contínuas sem descansar, sem sossegar, que o seu ”ser” se revelaria numa espiritualidade resistente, combatente, à custa de luta, da tensão e do desejo. ( ...)”
Como referiu Rogério Ribeiro, “Ana Maria tem o sentido maior deste caminhar numa sublime paisagem – quase aérea, quase etérea – como se de um imenso rendilhado se tratasse. (...),espécie de continentes flutuantes que não procuram nenhum porto como morada.
É um trabalho de minúcia exaustiva, de contenção cromática, caminhos de fragmentos que se alinham e desalinham, que se aproximam e se afastam, numa lógica que a própria pintura sustenta e alimenta. É um trabalho que não procura diluir fronteiras entre elementos – a terra e a água (o mar) – aqui assumidos como lugares simbólicos: a pintura alastra, quase tentacular, na tela.”
Francisco Pereira Coutinho
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
FERNANDO PERNES (1936-2010)
Pintor moderno, Fernando Pernes dedicou-se sobretudo à crítica de arte e ao ensino na então ESBAP (actual FBAUP). O seu sonho era, sempre foi, a criação de um Museu de Arte Contemporânea na cidade do Porto – o que tentou primeiro fazer através do Museu Soares dos Reis e, finalmente, no contexto da Fundação de Serralves. Pela sua acção pedagógica e de difusão das artes nacionais, mas em grande parte pelo seu contributo em Serralves – de que foi muito justamente o primeiro director artístico – deve ser considerado um dos maiores protagonistas da cultura portuense e figura de relevo da história da cultura portuguesa do século XX.
A vida e obra de Fernando Pernes foram reconhecidas pela presidência da República, quando Mário Soares lhe concedeu a Comenda da Ordem de Mérito, e pela Câmara Municipal do Porto, através da atribuição da Medalha de Ouro da Cidade. Foi também distinguido em 2007 com o Prémio Seiva Trupe.
ÁLVARO RÊGO CABRAL (1915-2010)
Álvaro Rêgo Cabral, que assinava A. Rêgo Cabral e escreveu sob o pseudónimo de Estorieira Santos, nasceu em 1915 em Paranhos da Beira, Seia, onde os seus pais eram professores, e faleceu em Lisboa a 02 de Outubro de 2010.
Frequentou o Liceu José Falcão em Coimbra e o Alexandre Herculano no Porto, cidade onde se formou em Engenharia Civil.
Enquanto assessor do Prof. Correia de Araújo, foi chamado a dirigir a construção da base de S. Jacinto, em Aveiro. Realizou trabalhos de engenharia um pouco por todo o mundo lusófono, de Brasil a Macau, até se fixar em Angola, onde dirigiu ou colaborou em grandes obras de engenharia.
No início dos anos 60, regressou a Lisboa e foi nomeado Director de Transportes Terrestres do Ultramar. Logo depois, o Prof. Adriano Moreira convenceu-o a regressar a Angola para orientar a ampliação da rede rodoviária da então província ultramarina.
A publicação do primeiro volume da trilogia “N’gi / Nós / Gente”, em 1994, marca o início da sua segunda fase literária, mais estruturada e desenvolta, assinando com o pseudónimo Estorieira Santos.
Em 2005, publicou o ensaio “De religiões : na pista do livro terceiro de António Damásio” (Fundação Lusíada).
Autor de uma crónica quinzenal do Jornal de Santa Marinha “Nótulas meio-heréticas”.