sexta-feira, 26 de novembro de 2010

OFICINA CRIATIVA

João Amaral e Tânia Antimonova


No dia 26 de Novembro, pelas 18 horas, foi inaugurada a Oficina Criativa de Tania Antimonova no Edifício CACE de Seia, módulo 7.

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Na ocasião, para além da artista, usaram da palavra João Amaral (Presidente da Associação de Artesãos da Serra da Estrela) e a Vice-Presidente da Câmara de Seia, Engª Cristina Sousa. Ambos saudaram a iniciativa, que apoiam como incentivo à criação de emprego numa região onde não abundam os artistas que vivem exclusivamente da arte. A Oficina Criativa resulta de um curso promovido pela AASE destinado a potenciais empresárias, "Criativa no Feminino".



A oficina faculta aprendizagem nos vários domínios das artes plásticas, destinando-se a todas as idades - crianças, jovens e adultos, incluindo as camadas seniores. Na oficina aceitam também todo o tipo de encomendas (escultura, pintura, desenho, gravura, restauro), contando com a participação do artista bielorusso Henadzi Lazakovich - autor do busto do Dr. Manuel Sousa (Escola Evaristo Noguerira, São Romão) e das séries Reis de Portugal e Presidentes da República em pão (Museu do Pão, Seia).

Tatsiana Antsimonova nasceu em Vitebsk, Bielorússia em 1968. Reside em Seia desde 2002. Frequentou a escola de ARTE entre 1978 e 1985 e a Universidade Pedagógica Faculdade de Arte de Vitebsk, entre 1985 e 1990.

É professora de pintura, desenho, composição e artes decorativas.

Realizou a sua primeira exposição individual em 2002, em Mangualde. Expôs depois em Viseu, Guarda e Seia.

Participou em diversas exposições colectivas, entre as quais várias edições da ARTIS - Festa das Artes e Ideias de Seia.


Actualização em 27.02.2011: a RTP1 ("Portugal sem Fronteiras") transmitiu em 26.02.2011, uma reportagem sobre a Oficina Criativa com entrevista a Tânia Antimonova.



Edifício CACE nº 7 - Rua Dr. Gaspar Rebelo, Seia
Tel. 968 114 225

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

ARTE LISBOA 2010


De 24 a 28 de Novembro, vai realizar-se em Lisboa a 10ª edição da ARTE LISBOA.

Muito condicionada pela cimeira da NATO, a ARTE LISBOA 2010 decorre excepcionalmente no Pavilhão do Rio, no Centro de Congressos de Lisboa, um espaço mais limitado que a FIL, no Parque das Nações, onde se realizaram as edições anteriores. As limitações de espaço impuseram uma redução do número de galerias (de 67 em 2009 para 41 em 2010) mas o evento continua a ser a única feira de arte internacional realizada em Portugal.

A ARTE LISBOA 2010 contará assim com uma selecção de 41 galerias de arte moderna e contemporânea, entre as quais 14 espanholas e uma inglesa, que apresentarão obras dos seus artistas, assim como revistas e publicações especializadas.

domingo, 14 de novembro de 2010

EDUARDO BATARDA - "Bicos" na Galeria 111

"Polen", 2009 - CAMB

Intitula-se “Bicos” a exposição de pintura de Eduardo Batarda na Galeria 111, em Lisboa. Sob a vaga provocação do título, as diversas obras em acrílico sobre tela remetem para uma visão crítica particular do mundo mediada pela sintetização das formas e depuração cromática e sublinhada pelas inscrições nas telas e pelos títulos, muitas vezes com trocadilhos irónicos.

O artista desenvolveu a abordagem da forma através de sobreposições em composições irradiantes, já apresentadas na exposição no CAMB (Oeiras, Setembro de 2009 a Janeiro 2010) com Lourdes Castro – uma artista que trabalhou as interacções entre os conceitos de cheio/vazio, presença/ausência, através da exploração da forma delimitada pela linha de contorno e silhueta.

Longe de ser cristalizada, a obra de Eduardo Batarda mantém-se aberta à mudança e aos ecos da realidade exterior, como afirmação individual da diferença, sem carácter panfletário nem programa ideológico. “O seu percurso constitui-se – como ele mesmo deseja e a crítica vai entendendo – “fora do jogo”, ou contra o jogo das conjecturas”, deixou escrito João Pinharanda (1). Características das suas obras são as evocações e alusões culturais mais ou menos submersas, a vocação provocatória expressa através do desabafo irónico, sugestões eróticas e humor – como nos títulos em “poltuguês”, ou a problemática da interpretação chinesa da cultura ocidental e da sua crescente presença e influência económica na Europa. “Nas minhas pinturas não há citações, as coisas estão presentes sem serem citadas” – Eduardo Batarda (1).

A exposição decorre até 31 de Dezembro 2010 (2).
Ver as obras expostas.




Eduardo Manuel Batarda Fernandes nasceu em Coimbra em 1943.

Formado pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, após ter frequentado durante três anos o curso de Medicina na Universidade de Coimbra. Realizou uma pós-graduação no Royal College of Art, Londres. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Leccionou na Escola de Belas Artes do Porto. Actualmente, vive e trabalha em Lisboa.

Premiado em Inglaterra e Portugal. Prémio EDP em 2007. Em 2009, no Centro de Arte Manuel de Brito, em Algés, teve lugar uma exposição retrospectiva da sua obra – que abrange a gravura, ilustração ou a BD e “é imensamente complexa, com leituras de segundo e terceiro grau” (João Pinharanda). Muito respeitado nos meios artístico e académico, os interesses de Eduardo Batarda estendem-se à literatura, filosofia/estética e arte antiga, sendo um especialista em desenho do Renascimento.

As suas obras integram diversas colecções públicas e privadas na Europa e nos EUA.


(1) – Entrevista com Eduardo Batarda, jornal Público, 03 de Abril 1992.
(2) - Encontra-se patente na mesma Galeria a exposição “Casa-Carrossel” de Fátima Mendonça (n. Lisboa, 1964)

POP UP LX 2010

(Divulgação Pop Up Lx 2010)

Até 11 de Dezembro, o Palácio Verride (Palácio de Santa Catarina) é o centro do Pop Up Lisboa 2010, um evento que contempla as mais diversas expressões da cultura urbana – com destaque para a as artes plásticas e performativas, novos media, arte urbana, arquitectura, fotografia, música – sob o tema “Nómadas Urbanos” e o lema “viver a cidade, celebrar a cultura”.

Nesse espaço central do Pop Up 2010 decorre uma exposição colectiva multidisciplinar, reunindo obras que exploram a condição e perspectivas urbanas em contexto de modernidade, assim como apresentações temáticas, performances e workshops. O evento contempla ainda intervenções de arte pública e alarga-se a espaços culturais alternativos, locais abandonados ou desocupados e em “não-lugares” da cidade de Lisboa. Ver programa.

O Pop Up Lisboa 2010 desenvolve-se em torno de quatro eixos conceptuais:

"Não Lugares - À luz do conceito desenvolvido pelo antropólogo Marc Augé (1992), o projecto pretende intervir e apropriar-se de espaços urbanos anónimos, descaracterizados, impessoais, de passagem ou desprovidos de vivências e utilidades.

Cultura Mundo - Segundo o filósofo Gilles Lipovetsky, a noção de cultura alterou-se profundamente, na época da hipermodernidade ser artista não é apenas criar obras de arte que sejam reconhecidas no futuro, é comunicar uma imagem, uma marca e através dela criar um suplemento de alma, de sonho e identidade vendáveis.
Novos Valores - A reflexão prioritária sobre os novos valores da sociedade contemporânea, em confronto com conceitos de ética, moral e cultura, no contexto do posicionamento de Lisboa, enquanto cidade dinâmica e catalisadora de expressões, tendências e fluxos artísticos.
Promoção cultural e artística - Determinante para o desenvolvimento sustentável e para a afirmação da identidade de qualquer cidade, seja Lisboa, Berlim, Paris, Nova Iorque, Rio de Janeiro ou outras. " (1)

O Pop Up Lisboa 2010 desenvolveu ainda uma dimensão internacional, com “embaixadores” nas principais cidades de diversos países: Barcelona - Espanha, Beirute - Líbano, Berlim - Alemanha, Buenos Aires – Argentina, Cidade da Praia – Cabo Verde , Cidade do México – México, Istambul - Turquia, Londres – Reino Unido, Pequim – China, Milão – Itália, Nova Iorque – EUA, Quito - Equador, São Paulo – Brasil. A eles compete recomendar novos criadores e projectos para o evento, assim como estabelecer uma plataforma internacional de partilha de informação e intercâmbio cultural.

(1) - texto de apresentação do Pop Up Lx 2010.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

JOANA RÊGO - Entre a Pintura e as Palavras

(Divulgação Museu M. Amadeo de Souza-Cardoso)

Joana Rêgo expõe actualmente no Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso, em Amarante, uma série de 15 acrílicos sobre tela de linho. A artista portuense participou nas diversas edições do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso e já expôs no museu amarantino em 1996/97. Licenciada em Pintura pela FBAUP, tem um mestrado em pintura pelo San Francisco Art Institute e é doutoranda pela Universidade de Vigo.

Intitulada “Entre a Pintura e as Palavras...”, a exposição coloca-nos perante o desafio do conhecimento e reconhecimento, o jogo da significação. Faz ecoar memórias da aprendizagem das letras relacionando a forma com o som e alguns significados correlativos (nas antigas Cartilhas e em inúmeros jogos didácticos), mas também de algumas obras de René Magritte (1898-1967), que desafiou os limites do conhecimento baralhando as possibilidades da identificação da representação com o real. Magritte recorria a metáforas e paradoxos visuais para provar a insustentabilidade do conceito tradicional de realidade, a lembrar que a “realidade” tem níveis, perspectivas, escalas, jogos de espelhos, armadilhas visuais, “a traição das imagens” (1928-29): “Ceci n’est pas une pipe”, “Ceci n’est pas une pomme”.
Com as suas obras, Joana Rêgo questiona a sobreposição de sentidos que nos levam a identificar um aglomerado de ninhos artificiais com o “Lugar” ou a velha máquina de escrever com a ideia de “Obsoleto” (ele próprio um termo obsoleto) ou lembra que um livro pintado não é um livro, é pintura, mas também que a pintura pode ser escrita e que as letras/palavras podem ser pintura. Tal como o cachimbo que não é um cachimbo, o livro que é pintura perde identidade.

As problemáticas da identidade e da subjectividade marcaram a segunda metade do século XX, condicionando a relação entre poder e conhecimento e a produção/reprodução de normas e de valores, com enormes consequências políticas e sociais.

A exposição pode ser visitada até ao dia 09 de Janeiro de 2011.

Ver currículo completo da artista aqui.