quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Ana Carvalhal

Exposição de Pintura, Escultura e Fotografia de Ana Carvalhal no Foyer do Cine-Teatro da Casa Municipal da Cultura – Seia. Até 31 de Dezembro 2009.


Ana Carvalhal assume-se cada vez mais como uma artista senense multifacetada, abordando um variado número de técnicas expressivas, que vai explorando separadamente e expondo em conjunto.
.
Desenha e pinta desde muito nova, incentivada por seu pai, o Engº João Augusto Monteiro Coelho dos Santos – a quem dedicou esta exposição. Formada em Artes Decorativas na Escola Soares dos Reis, no Porto, realizou diversos trabalhos de design, cerâmica, azulejaria, escultura, vitral, fotografia, decoração de interiores. A sua preferência vai, contudo, para a pintura, tendo frequentado um curso na Cooperativa Árvore, no Porto. Em 2007, começou a esculpir em mármore e granito.
.
Segundo a artista, esta mostra possui aspectos didácticos, na medida em que “permite uma amostragem do uso de alguns materiais e técnicas de arte, como a pintura a óleo, o mármore e a fotografia”.

Na pintura, algumas telas evidenciam boa intensidade expressiva, com destaque para “Presépio”, uma obra onde incorporou outros materiais. Os “Nus” precisariam talvez de mais desenho, para definir e sublinhar as formas, ou, em alternativa, de uma abordagem livre que dispensasse o desenho para entregar à cor toda a matéria do tema.

Na escultura, a artista sintetizou elementos decorativos e simbólicos através de formas que nem sempre fazem esquecer a rigidez inicial do bloco esculpido. No entanto, são obras que surpreendem pela sua simplicidade formal e grande eficácia comunicativa.


Ana Maria do Carvalhal Coelho dos Santos nasceu em Seia, a 25 de Junho de 1962. Reside em Seia.Curso de Artes Decorativas na Escola Soares dos Reis, Porto. Frequentou a Cooperativa Árvore, no Porto.

Co-organizou (com Teresa Ruas) a 1ª Exposição Colectiva de Artistas Senenses na Biblioteca Municipal de Seia, integrada no programa da Feira do Queijo’96. Fez parte da comissão organizadora da I Exposição Colectiva de Artistas Senenses, 1999.

Expõe desde 1985.

Exposições individuais:

Pousada de Santa Bárbara (1992); Gouveia (1992); “O Nu” (Biblioteca Municipal de Seia, 1995); “O Mar” (Salão das Magnólias, Seia, 13 a 28 de Fevereiro de 1997); Casa Municipal da Cultura de Seia (Dezembro 2009); Casa Municipal da Cultura Dr. César de Oliveira (Oliveira do Hospital, Junho 2010).

Exposições colectivas (selecção):

Exposição Nacional de Pintura/Prémio Tavares Correia (Seia, 1993, Lisboa e Porto, 1994); Casino Peninsular (Figueira da Foz, 1993); Exposição Colectiva de Pintores Escultores na Galeria Almedina e no Centro de Juventude (Coimbra, 1995); Exposição Colectiva “Mulheres Artistas” (Seia, Dia da Mulher, 1996); 1ª Exposição Colectiva (Biblioteca Municipal de Seia, 1996); “25 de Abril” (Salão das Magnólias, Seia, Abril de 1997); Salão das Magnólias (Seia, 1997, 98); I, II e III Exposição Colectiva de Artistas Senenses (Seia, 1999, 2000 e 2001); e em todas as edições da ARTIS (2002 a 2009); Exposição na Galeria Filantrópica (Póvoa de Varzim, 2000); Colectiva de Artistas Senenses em Lisboa, Centro Cultural Casapiano (Belém, Setembro e Outubro de 2004).

Prémios:

2º Lugar – Prémio do Público na Exposição Nacional de Pintura/Prémio Tavares Correia (Seia, 1993).





"Presépio"










domingo, 20 de dezembro de 2009

Siggi Eggertsson


Siggi Eggertsson nasceu na Islândia, onde se formou em Artes. Fixou-se em Berlim, após ter vivido em Nova Iorque e Londres, trabalhando como ilustrador para a agência Big Active.

A propósito do seu estilo, fala-se em “cubismo vectorial”, mas a sua estética pop interliga-se com as potencialidades gráficas da informática – no desenho, composição de base modular, padrões, aplicação da cor.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Nuno de Campos

Hiper-realismo de pequeno formato

Quase desconhecido em Portugal, o artista português Nuno de Campos (Porto, 1969), vive e trabalha em Nova Iorque. Faz parte do já vasto e diversificado número de jovens artistas nacionais que procuraram mais formação e oportunidades no estrangeiro, em residências temporárias – quase sempre com bolsas de Fundações – ou em permanência.

Depois de nove meses em Chicago, Nuno de Campos prosseguiu os estudos artisticos em Boston (School of the Museum of Fine Arts) e Medford (Tufts University) com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (1996-1998). Em 1999, concluiu o mestrado (Master of Fine Arts) e realizou a sua primeira exposição individual na Clifford-Smith Gallery, em Boston.

A exposição intitulava-se “Lap” e constava de sete pequenos quadros hiper-realistas pintados a têmpera, representando as mãos e o colo de uma mulher sentada. As sugestões emocionais e sexuais apareceram acentuados e reforçados nos trabalhos da exposição “Lap and Beyond”, que apresentou em 2001 na mesma galeria.

“O colo é representado como um lugar mútuo de domínio e dependência. Esta duplicidade reflecte a íntima separação entre a objectificação e adoração, que caracteriza o acto de pintar” (Nuno de Campos).

A pintura realista /hiper-realista encontra-se em recuperação em diversos países, sobretudo nos EUA, por acção de artistas como Sean Landers, Elizabeth Peyton ou Laura Owens.

Em 2005, Nuno de Campos apresentou-se em Portugal com três exposições: na Bienal de Cerveira, na Universidade de Coimbra e em Lisboa, no novo espaço Arte Contempo – mostra integrada no projecto “ac #”.

Exposições (selecção):

Lap - Clifford-Smith Gallery, Boston, EUA (1999)
Art Institute of Boston (2000)
Lap and Beyond - Clifford-Smith Gallery, Boston, EUA (2001,
Clifford-Smith Gallery, Boston, EUA (2003)
She’s Come Undone – Artemis Greeberg Van Doren Gallery (2004)
Private Lives - Westby Gallery, Rowan University, New Jersey, EUA (2004)
Desenhar discurso: digressões sobre uma urbanidade disruptiva - Bienal de Cerveira, Portugal (2005)
Extended Painting - Prague Biennale 2, Praga, República Checa (2005)
Segunda Língua - Reitoria da Universidade de Coimbra, Portugal (2005)
Bichos Nossos, Nossos Bichos - Arte Contempo, Lisboa, Portugal (2005)
The Outwin Boochever Portrait Competition Exhibition - National Portrait Gallery, Smithsonian Institution, Washington DC, EUA (2006).

domingo, 6 de dezembro de 2009

AGIR.GIRAR.ARTE

O Grande Prémio AGIRARTE/Prémio Município de Oliveira do Hospital é atribuído desde 2005.

.


AGIR. GIRAR. ARTE

O conceito diferente de levar a Arte a despontar e manifestar-se nos mais diversos espaços públicos do quotidiano da cidade, como Cafés, Bares, Restaurantes, Bancos, Hospital, manteve-se constante ao longo das 12 edições do AGIRARTE - Festival de Artes Plásticas de Oliveira do Hospital.


O AGIRARTE (AGIR, GIRAR ao encontro da ARTE) é uma iniciativa da OH s.21, Associação Cultural e Multimédia de Oliveira do Hospital, criada em 1998 para dinamizar o panorama cultural da cidade mais interior do distrito de Coimbra. Este Festival de Artes foi ganhando importância e prestígio na região Centro, com um nível qualitativo elevado e variedade de artistas participantes e obras em exposição, nas áreas da Pintura, Escultura, Gravura, Serigrafia, Desenho, Fotografia, Instalação. No conjunto das actividades geradas pelo Agirarte, há a referir o Agirarte Júnior e as extensões de Góis e de Tábua do Agirarte, que prolongam em Janeiro a iniciativa tradicionalmente realizada no mês de Dezembro.

Em 2005, foi criado o Grande Prémio AGIRARTE, para incentivar a participação e promover a qualidade da mostra através da competitividade. A partir do ano seguinte, o prémio passou a ser patrocinado pela Câmara Municipal e recebeu a designação de Prémio Município de Oliveira do Hospital. As obras concorrentes passaram a integrar uma exposição colectiva na Casa Municipal da Cultura.

A artista nortenha Florentina Resende (Matosinhos, 1950) foi a vencedora em 2005, com a obra “Passagem pelo Azul”. Em 2006, João Viola foi o escolhido, com a obra “Sintonia”. Em 2008, o prémio foi para Henrique do Vale (Malange, Angola, 1959), pela obra "Guarda do Vinho" - reproduzida no cartaz e catálogo de 2009. O premiado da Agirarte 12, que começou no dia 5 de Dezembro de 2009, sou eu.

O prémio foi anunciado na cerimónia de abertura, pela vereadora da cultura, Maria da Graça Brito Silva, após intervenções de Luís Antero, presidente da OH s.21, e de Manuel Machado.


Participei em quatro das cinco primeiras edições do Agirarte (1998 a 2002) e integrei o júri do Prémio em 2006. Este ano, resolvi regressar ao Festival e enviei dois trabalhos, um dos quais para o concurso. A outra tela encontra-se exposta no Café Portugal.

A distinção possui para mim um grande significado afectivo, já que residi em Oliveira do Hospital durante o ano lectivo de 1989-90, leccionei na Escola Secundária durante quase uma década e na EPTOLIVA. Dinamizei algumas actividades na Casa da Cultura Dr. César de Oliveira, a partir da Escola Secundária de Oliveira do Hospital e de Seia (exposição itinerante do Prémio Nacional de Desenho Tavares Correia, 1996), para além de ter aí participado em várias exposições colectivas de artes plásticas.

A Agirarte 12 decorre até 31 de Dezembro e reúne, este ano, obras de Anselmo Coelho, Carolina Caixeiro, Fátima Rodrigues, Henrique do Vale, Josefina Miranda, Marianne Velzeboer, Paulo Dias, Renato Simões, Sérgio Reis e fotografia de Vera Marmelo.




Abertura oficial da AGIRARTE 12

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O surrealismo pop de Tim Burton, alegado sucessor de Warhol

Museu de Arte Moderna de New York (MoMa), 22 de Novembro 2009 a 26 de Abril de 2010.

A máquina americana de fazer e multiplicar dólares já arranjou substituto para Andy Warhol, a julgar pelos elogios do director do MoMa por ocasião da inauguração da retrospectiva de Tim Burton, criador, argumentista, produtor e realizador de filmes negros e criador de personagens estranhos. Aparentemente estranhos, pois bem lá no fundo eles são assustadoramente reais.
.

Timothy William Burton (Burbank, EUA, 25 de Agosto de 1958), desenha desde muito novo e a qualidade dos seus trabalhos foi reconhecida pela Disney, que lhe concedeu uma bolsa para estudar Animação no Instituto das Artes da Califórnia e o contratou três anos depois como aprendiz de animador.

Nos anos em que trabalhou na Walt Disney Studios, Tim Burton desenvolveu conhecimentos de direcção artística e realizou o seu primeiro filme, a curta-metragem “Vincent”, cujo personagem principal era inspirado no actor Vincent Price. No entanto, as suas histórias e personagens nada tinham a ver com as rigorosas orientações morais da Disney - que originavam uma tipologia muito codificada de personagens “bons” e “maus” - e eram pouco recomendáveis para crianças. A segunda curta-metragem de Burton, “Frankeweenie” (1984), conta simplesmente a história de um menino que ressuscita o seu cão, mas o seu livro infantil "O Triste Fim do Pequeno Menino Ostra e Outras Histórias" (1997), fala de violência familiar, suicídio, sexo não-explícito e traição extraconjugal – para além da falta de um final feliz, como se anuncia logo no título.

Já em 2009, foi anunciada a realização de uma grande exposição retrospectiva da sua obra no Museu de Arte Moderna de New York (Museum of Modern Art - MoMa). Intitulada simplesmente “Tim Burton”, a mostra reúne mais de 700 obras do realizador, desenhos, pinturas, fotografias, esculturas e textos relacionados com o “surrealismo pop”, entre as quais centenas de peças inéditas e outras ligadas aos seus trabalhos teatrais e filmes, tais como fatos, bonecos, maquetas e storyboards, A retrospectiva inclui ainda um ciclo de cinema que oferece uma selecção de filmes do realizador.

VER imagens da exposição no site fanpop e no blogue “Diário de Nova York".

São também particularmente interessantes, as encenações de Burton sobre o Halloween, fotografadas por Tim Walker para a revista Harper´s Bazaar de Outubro 2009.

A estreia em Portugal do novo filme do realizador-artista, “Tim Burton’s Alice in Wonderland”, está prevista para 04 de Março de 2010. Com base nos ambientes e personagens criados por Lewis Carroll na obra “Alice's Adventures in Wonderland” (1865), o filme dá continuidade à história original e conta com a participação de Johnny Depp (“Edward Scissorhands “, “Charlie and the Chocolate Factory”, ”Corpse Bride”, “Sweeney Todd”), Helena Bonhan Carter (“Planet of the Apes”, “Big Fish”, “Charlie and the Chocolate Factory”,”Corpse Bride”, “Sweeney Todd”) Mia Wasikowska (no papel de Alice) e Anne Hathaway. Segundo foi anunciado, será uma mistura de live-action (Alice no mundo real) com 3D em captura de movimentos (Alice no País das Maravilhas). Esta técnica de animação 3D baseada em movimentos reais do corpo humano permite os mais diversos efeitos especiais e possui enorme riqueza plástica, como se viu no filme “A Lenda de Beowulf”, que regista a participação de Angelina Jolie.