Vista parcial da exposição (antiga sala de estar da Casa)
No folheto da apresentação da exposição, pode ler-se: "O confronto destes três universos, que em comum apresentam o recurso à figura e à narrativa - ainda que a realidade seja neles subvertida pela possibilidade da ficção - revela outros tantos imaginários que se poderão rever no espaço da Casa de Serralves, também ele fortemente ficcionado pela utopia do seu passado."
Na Casa de Serralves, até ao dia 12 de Junho, encontra-se em exposição um conjunto de obras de António Areal, Jorge Queiroz e Paula Rego, pertencentes à colecção da Fundação de Serralves.
No folheto da apresentação da exposição, pode ler-se: "O confronto destes três universos, que em comum apresentam o recurso à figura e à narrativa - ainda que a realidade seja neles subvertida pela possibilidade da ficção - revela outros tantos imaginários que se poderão rever no espaço da Casa de Serralves, também ele fortemente ficcionado pela utopia do seu passado."
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Intitulada "Recordações da Casa Rosa", a exposição foi inaugurada no dia 24 de Março pela Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas.
Concebida e projectada principalmente (1) por Charles Siclis e José Marques da Silva, destinada a residência de Carlos Alberto Cabral (1895-1968), 2º Conde de Vizela, a Casa foi construída entre 1925 e 1944 na antiga quinta de férias da família, que lhe coubera em herança.
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O Conde habitou a Casa com a esposa, Blanche Daubin, de 1944 a 1957, ano em que vendeu a quinta de Serralves ao industrial Delfim Ferreira (1888-1960), devido a dificuldades financeiras. Uma das condições do negócio era que a casa e a propriedade nunca fossem modificadas, uma condição que a família de Delfim Ferreira honrou sempre, até 1986, ano em que foi adquirida pelo Estado, sendo Teresa Patrício Gouveia (2) a Secretária de Estado da Cultura (3).
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Exemplar único da arquitectura Arte Déco, a Casa foi classificada em 1996 como “imóvel de Interesse Público”.
(1) Na realidade, a Casa de Serralves é uma obra colectiva. Charles Siclis (Paris, 1889-Nova Iorque, 1942) e José Marques da Silva (Porto, 1869-1947) foram os principais arquitectos mas o projecto também acolheu alterações do próprio Conde, do decorador Émile Jacques Ruhlmann e do seu sobrinho, o arquitecto Alfred Porteneuve.
(2) Mais tarde, foi presidente do Conselho de Administração da Fundação Serralves (2001-2003) e é administradora da Fundação Calouste Gulbenkian desde 2004. Teresa Gouveia foi casada com o poeta e publicitário Alexandre O'Neill.
(3) Os Governos de Cavaco Silva (X, XI e XII governos constitucionais) nunca tiveram um ministro expressamente para a Cultura e o cargo foi efectivamente desempenhado por secretários de Estado.
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