Ângelo de Sousa desenvolveu uma obra marcada pelo experimentalismo em áreas tão diversas como o desenho, a pintura, a escultura, a fotografia, o cinema e o video, cuja correspondência estabelecia com naturalidade a nível teórico e concretizava nas suas obras mais “encenadas”, estruturadas no espaço com uma dinâmica por assim dizer cinematográfica, do objecto em metamorfose de fotograma em fotograma, fundindo forma e cor mesmo quando a forma parece dobrar-se sobre si própria, introvertida, ou desdobrar-se – abrir-se no espaço como asas de pássaro ou de estranhas máquinas voadoras. Um experimentalismo balizado pelas novas concepções estéticas, continuamente em busca de novos materiais e novas técnicas.
Ângelo César Cardoso de Sousa nasceu em Moçambique (Lourenço Marques, actual Maputo) a 2 de Fevereiro de 1938 e faleceu no Porto no dia 29 de Março de 2011. Estudou na Escola de Belas Artes do Porto, onde se licenciou em pintura com a nota máxima de 20 valores. O artista gostava de desvalorizar esse facto, atribuindo-o a uma rivalidade entre as Escolas de Belas Artes do Porto e de Lisboa. A nota máxima foi igualmente atribuída a Armando Alves, José Rodrigues e Jorge Pinheiro, com os quais fundou, no Porto, nos anos 60, o grupo “Os Quatro Vintes”.
No final dos anos 60, frequentou em Londres a State School of Art e a Saint Martin’s School of Art, com bolsas da Fundação Calouste Gulbenkian e do British Council.
Leccionou na Escola Superior de Belas Artes do Porto de 1962 a 2000, ano em que se jubilou com a categoria de professor catedrático.
Expôs individualmente desde 1959 e foi distinguido com importantes prémios, entre os quais o Prémio Internacional da Bienal de Arte de São Paulo, Brasil (1975) e o Prémio Fundação Calouste Gulbenkian/Arte (2007).
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