Amadeo Souza-Cardoso em 1906
A segunda metade da segunda década do século XX ficou marcada por duas grandes tragédias praticamente à escala mundial, ambas com origens difusas. Como em todos os fenómenos complexos, não é possível apontar com certeza uma causa única para a I Guerra Mundial (1914-1918) nem para a pandemia de gripe que, em apenas dois anos (1918-1919) fez mais vítimas mortais que a guerra.
Então conhecida como febre ou gripe espanhola (1), gripe pneumónica, peste pneumónica ou simplesmente “pneumónica”, a pandemia causada pelo subtipo H1N1 do vírus Influenza A (o mesmo que se espalha actualmente por todo o mundo) vitimou o primeiro artista português modernista, Amadeo Souza-Cardoso, aos 30 anos de idade, e o pianista Pedro Blanco (Leon, 1883 – Porto, 1919). A gripe fez milhões de vítimas em vários continentes, não poupando sequer o eleito e proclamado Presidente do Brasil, Francisco Rodrigues Alves, que faleceu em Janeiro de 1919, sem tomar posse.
Quando Amadeo Souza-Cardoso chegou a Paris em 1906, acompanhado pelo amigo Francisco Smith, deixava saudades também em Espinho, onde tinha casa e passava largas temporadas na companhia do seu amigo íntimo, o médico e escritor Manuel Laranjeira (1877-1912), para além de outros amigos de tertúlia.
.O "Café Chinez" e o Casino Peninsular, na Avenida Serpa Pinto*
Espinho era então o mais chique destino de férias da burguesia nortenha, trazida pelos rápidos e cómodos comboios da ligação ferroviária Lisboa-Porto (2), e as famílias mais endinheiradas mantinham ali a sua casa de Verão, que lhes servia de refúgio ao longo do ano. A Vila oferecia ainda o Casino Peninsular e alguns cafés com esplanadas, onde as elites locais se reuniam e os visitantes confraternizavam, e pelas quais também deambulava a figura do “brasileiro” – o emigrante que regressava rico do Brasil.
Nos anos em que viveu em Paris, Espinho esteve sempre presente na vida do pintor português através da correspondência com Manuel Laranjeira e de visitas ocasionais após o trágico desaparecimento do amigo, em 1912. Desesperado com a doença que o matava aos poucos, Laranjeira suicidou-se com um tiro de pistola.
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O início da guerra, no Verão de 1914, encontrou Amadeo Souza-Cardoso em Madrid, onde se demorara após uma passagem por Barcelona para visitar Antoni Gaudí, e o artista amarantino regressou a Portugal com Lucie Pecetto – que conhecera em Paris em 1908. Ainda em 1914, casou-se no Porto com Lucie e a sua vida repartiu-se entre Espinho e Amarante. Em Manhufe, instalou o atelier na Casa do Ribeiro, pertencente ao seu tio materno Francisco Cardoso (3) e trabalhou desenfreadamente com vista a duas exposições, no Porto e em Lisboa, dois importantes acontecimentos do Modernismo em Portugal.
A primeira exposição, realizada em Novembro no Salão do Jardim Passos Manuel (4), intitulava-se “Abstraccionismo” e era composta por 84 pinturas a óleo e a cera, 19 aguarelas e 11 desenhos. Em Lisboa, contou com o apoio de José de Almada Negreiros e do Grupo da Revista Orpheu, expondo na Liga Naval (Palácio Calhariz) em Dezembro de 1916. Ambas as exposições foram mal recebidas pelo público burguês, de gostos conservadores, originando sarcasmos e até cenas de pugilato e de bengalada.
O que ficou para a História foi a quantidade e qualidade das obras produzidas por Amadeo nesses anos de guerra, adiantando-se algumas vezes às próprias vanguardas. Um período excepcional, marcado pela experimentação de novas formas e técnicas de expressão pictórica, “cujos estudos precederam muitas vezes os de Fernand Léger ou os de Robert Delaunay. Sensível a todas as correntes modernas, alguns dos seus quadros são superiores, pela intensidade cromática e pelo sopro lírico, aos dos mais conhecidos mestres daquele período” (5), desenvolvendo o cubismo analítico e o expressionismo no apogeu do movimento.
Nos seus últimos trabalhos, o arrojo experimental é evidente com a colagem de objectos diversos (vidros, espelhos, pedaços de papel, …) sobre a tela, articulando as suas formas com os espaços pintados.
Em Abril de 1918, a gripe espanhola chegou à Europa, um mês após se detectarem os primeiros casos nos EUA (Kansas e Nova Iorque), causando diversas baixas entre as tropas francesas, britânicas e americanas estacionadas nas zonas portuárias de França. Em Maio, a epidemia alastrou à Grécia, Espanha e Portugal.
As entidades sanitárias nacionais não tiveram tempo, nem meios, para alertar a população e socorrer as vítimas. Muita gente morreu por desconhecimento do perigo e falta de cuidados:
“Caso sintomático é o de uma família de Amarante, o casal Castro. Regressou de Madrid e no dia seguinte foi a tragédia. Morreu o marido, a mulher, o padre que os enterrou (os enterros não esperam 24 horas), o sacristão, os homens que levaram a urna, a cozinheira, os vizinhos, e até o cão e o gato”. (5)
Impedido de pintar devido a uma doença de pele, Amadeo foi para Espinho. A 25 de Outubro, adoeceu subitamente e faleceu, vitimado pela gripe H1N1, na sua casa em frente ao cais da gare ferroviária, Avenida Serpa Pinto (actual Avenida 8), nº 66. Completaria 31 anos no dia 14 do mês seguinte, três dias após o final da I Guerra Mundial (11 de Novembro de 1918).
Em Portugal e no estrangeiro, os amigos choraram a sua morte. Em Paris, o seu amigo Modigliani (que conhecera em 1909), “chorou como uma criança” (6). Dois anos depois, o artista italiano morreu devido a uma combinação de tuberculose, toxicodependência e alcoolismo.
A pandemia de gripe de 1918-19 fez cerca de 27 milhões (7) de vítimas mortais em todo o mundo, a maioria das quais em África, Índia em China. Só em Portugal, em 1918, as epidemias levaram 70.000 vidas (cerca de 100 mil em 1918-19) e a taxa de mortalidade subiu para o dobro (8).
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A sorte foi particularmente madrasta com Amadeo Souza-Cardoso, cerceando uma carreira artística que se adivinhava a todos os níveis marcante para as artes nacionais e internacionais. Nesse ano amargo de 1918, lamenta-se também a morte prematura de Santa-Rita Pintor (Lisboa, 1889 - Lisboa, 29/04/1918), companheiro de Amadeo em Paris e considerado o introdutor do Futurismo em Portugal. A epidemia de gripe vitimou ainda, em Portugal, o poeta João Lúcio (1880-1918) e o compositor António de Lima Fragoso (1897-1918) - para além do já referido Pedro Blanco.
Com a morte de Amadeo Souza-Cardoso, encerrou-se a primeira fase do Modernismo português.
Amadeo Souza-Cardoso e Manuel Laranjeira
Entre os visitantes regulares de Espinho na primeira década do século XX, em férias ou por obrigações profissionais, contavam-se diversos artistas, homens de letras, compositores, que se reuniam às tertúlias locais, no Café Chinês ou no Peninsular. Nessas tertúlias, sobressaía a figura do médico e escritor residente em Espinho, Manuel Laranjeira.
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Manuel Fernandes Laranjeira era natural da Vergada, concelho da Feira, onde nasceu em 1877. Não faltam testemunhos nem estudos que atestem a sua inteligência crítica, a ampla e diversificada cultura (que revelava conhecimento e compreensão do seu tempo), a intuição psicológica e riqueza afectiva. Bastaria recordar o que sobre ele escreveu Miguel Unamuno, seu amigo e correspondende, que ML conheceu em 1908: “Foi Laranjeira quem me ensinou a ver a alma trágica de Portugal… e não poucos recantos dos abismos tenebrosos da alma humana” (9). Na verdade, ML viveu uma existência marcada por “tempestades interiores”, que lhe provocavam sucessivos períodos de melancolia ou explosões de revolta e desespero.
A família de Amadeo Souza-Cardoso passava férias de verão em Espinho, onde o jovem estudante universitário e Manuel Laranjeira acabaram por se encontrar. A personalidade de Amadeo e os seus dotes para o desenho terão surpreendido ML, que não só lhe ofereceu a sua amizade como lhe augurou imediatamente um futuro brilhante nas artes:
“Há dois anos disse-lhe eu a você que você era um artista na absoluta significação do termo. Faltava-lhe apenas lapidá-lo, faltava-lhe apenas pôr a lume as preciosas qualidades artísticas que você então revelava. Isso viria com o estudo, com o trabalho afincado, tenaz. E veio. Hoje reconheço com segurança indiscutível que não me enganei” (carta de M. Laranjeira a Amadeo Souza-Cardoso, Espinho, 23/10/1907, ob. cit., pág. 265)
Ao tempo, Amadeo de Souza-Cardoso ainda não pintava. As primeiras pinturas foram realizadas já em Paris e a sua actividade artística reduzia-se então a alguns desenhos e caricaturas, existindo pelo menos três caricaturas de Laranjeira por Amadeo, todas de 1906: uma caricatura de perfil, muito apreciada por Laranjeira (que a equiparou, em conteúdo artístico, a um retrato que António Carneiro lhe pintara em 1906 e que editou em postal em Fevereiro de 1907); uma caricatura de Laranjeira, sentado de costas à mesa do café; auto-caricatura de Amadeo e caricatura de Laranjeira, pedalando uma bicicleta de dois lugares – veículo então muito popular na praia de Espinho, com dois ou mais lugares, havendo casas especializadas que as alugavam.
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Da Capital do Mundo, Amadeo remetia ao amigo alguns desenhos, caricaturas e fotos. A 06 de Maio de 1908, comentando uma foto encenada por Amadeo e os amigos de Paris: “Vi “Los borrachos”, “d’aprés” Velasquez, que me enviou. Você é um Baco magnífico. Quantas meninas românticas têm sonhado com um Baco assim!”. No Verão, o pintor português esteve em Portugal de férias e passou pelo menos uma semana em Espinho (carta de Manuel Laranjeira a Pedro Blanco, 03/09/1908, pág. 318, ob. cit.).
No final de Dezembro de 1908, Laranjeira enviou a Amadeo palavras de motivação (o amigo preparava-se para a admissão à Academia de Belas Artes de Paris, frequentando ateliers e a Academia Vitti) que se adaptam perfeitamente (cada vez mais?) à actualidade das artes:
“E a arte, amigo, não é uma profissão, é uma vocação, é uma devoção, é um instinto. Quem não for artista assim, devotadamente, por fé, por instinto, misticamente, é melhor que não o seja.
Ser artista profissional é uma coisa híbrida, abstrusa, indigna: é ainda pior e menos compreensível do que ser militar, do que ser herói profissional, a tanto por mês. São uma praga detestável os profissionais de coisas que sobretudo exigem fé, devoção, instinto, heroísmo místico. É por isso que as prostitutas, que são profissionais do amor, são desprezadas. Foram os profissionais que estragaram a religião e, é preciso dizê-lo com tristeza, são eles que estão estragando a arte. Em suma – um profissional em arte faz-me lembrar um profissional do amor…” (in carta a Amadeo, Espinho, 30/12/1908, ob. cit., pág. 346.)
Amadeo não foi admitido na Academia de Belas Artes mas, em 1911, expôs no no Salão dos Independentes de Paris e aproximou-se de artistas como Modigliani, Brancusi, Archipenko, Juan Gris e Robert Delaunay, afirmando-se progressivamente no contexto das vanguardas internacionais, como reza e explica a História.
Manuel Laranjeira foi uma das pessoas que mais influenciou Amadeo, para além do tio materno do artista, Francisco Cardoso (3). A fortuna familiar (10) e o apoio do “tio Chico”, muitas vezes contra a vontade do pai, permitiu-lhe rumar a Paris sem uma bolsa de estudo, com o objectivo nunca concretizado de realizar estudos superiores, após uma breve passagem pelo Curso de Direito da Universidade de Coimbra e pelo Curso de Arquitectura da Sociedade Nacional de Belas Artes, em 1905.
Foi intensa a correspondência entre Amadeo e Manuel Laranjeira, que chegou mesmo a considerar a hipótese de se reunir ao amigo em Paris (então o centro do mundo moderno ou, nas palavras de ML, “o mundo onde se vive, onde se sente, onde se pensa, onde se trabalha”) mas foi ficando em Espinho, cuja vida quotidiana considerava “cinzenta” e “um tédio”, com a desculpa de “servir de estaca à velhice” da mãe. Mais tarde, confessaria a Amadeo não ter ido para Paris por falta de dinheiro (Carta a Amadeo, Espinho, 30/11/1907, ob. cit.).
Da Capital do Mundo, Amadeo remetia ao amigo alguns desenhos, caricaturas e fotos. A 06 de Maio de 1908, comentando uma foto encenada por Amadeo e os amigos de Paris: “Vi “Los borrachos”, “d’aprés” Velasquez, que me enviou. Você é um Baco magnífico. Quantas meninas românticas têm sonhado com um Baco assim!”. No Verão, o pintor português esteve em Portugal de férias e passou pelo menos uma semana em Espinho (carta de Manuel Laranjeira a Pedro Blanco, 03/09/1908, pág. 318, ob. cit.).
No final de Dezembro de 1908, Laranjeira enviou a Amadeo palavras de motivação (o amigo preparava-se para a admissão à Academia de Belas Artes de Paris, frequentando ateliers e a Academia Vitti) que se adaptam perfeitamente (cada vez mais?) à actualidade das artes:
“E a arte, amigo, não é uma profissão, é uma vocação, é uma devoção, é um instinto. Quem não for artista assim, devotadamente, por fé, por instinto, misticamente, é melhor que não o seja.
Ser artista profissional é uma coisa híbrida, abstrusa, indigna: é ainda pior e menos compreensível do que ser militar, do que ser herói profissional, a tanto por mês. São uma praga detestável os profissionais de coisas que sobretudo exigem fé, devoção, instinto, heroísmo místico. É por isso que as prostitutas, que são profissionais do amor, são desprezadas. Foram os profissionais que estragaram a religião e, é preciso dizê-lo com tristeza, são eles que estão estragando a arte. Em suma – um profissional em arte faz-me lembrar um profissional do amor…” (in carta a Amadeo, Espinho, 30/12/1908, ob. cit., pág. 346.)
Amadeo não foi admitido na Academia de Belas Artes mas, em 1911, expôs no no Salão dos Independentes de Paris e aproximou-se de artistas como Modigliani, Brancusi, Archipenko, Juan Gris e Robert Delaunay, afirmando-se progressivamente no contexto das vanguardas internacionais, como reza e explica a História.
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Em Agosto de 1911, já doente, Manuel Laranjeira é eleito Presidente da Comissão Municipal Administrativa de Espinho mas o conhecimento que tinha do seu estado, como médico, não lhe dava qualquer esperança. “Decididamente isto há-de acabar mal”, confidenciara ele ao amigo Amadeo Souza-Cardoso. Desesperado, matou-se com um tiro de pistola a 22 de Fevereiro de 1912, na casa onde residia, na Rua Bandeira Coelho (actual Rua 19), nº 275, Espinho. Tinha 34 anos. Seis anos depois, a gripe H1N1 vitimaria Amadeo de Souza Cardoso também em Espinho.
Em Agosto de 1911, já doente, Manuel Laranjeira é eleito Presidente da Comissão Municipal Administrativa de Espinho mas o conhecimento que tinha do seu estado, como médico, não lhe dava qualquer esperança. “Decididamente isto há-de acabar mal”, confidenciara ele ao amigo Amadeo Souza-Cardoso. Desesperado, matou-se com um tiro de pistola a 22 de Fevereiro de 1912, na casa onde residia, na Rua Bandeira Coelho (actual Rua 19), nº 275, Espinho. Tinha 34 anos. Seis anos depois, a gripe H1N1 vitimaria Amadeo de Souza Cardoso também em Espinho.
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De referir, em jeito de conclusão, a proximidade das idades com que faleceram Amadeo Souza-Cardoso (30 anos), Manuel Laranjeira (34), Pedro Blanco (36) e Santa-Rita Pintor (29) não era ao tempo incomum. Em 1920, afastada a epidemia de gripe, a esperança média de vida dos portugueses era de 35,2 anos para os homens e 35,8 para as mulheres (8).
De referir, em jeito de conclusão, a proximidade das idades com que faleceram Amadeo Souza-Cardoso (30 anos), Manuel Laranjeira (34), Pedro Blanco (36) e Santa-Rita Pintor (29) não era ao tempo incomum. Em 1920, afastada a epidemia de gripe, a esperança média de vida dos portugueses era de 35,2 anos para os homens e 35,8 para as mulheres (8).
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Notas:
(1)- Assim chamada devido às notícias alarmistas veiculadas em primeira mão pela imprensa espanhola.
(2)- Concluída em 1877 com a construção da ponte D. Maria Pia, que permitiu a ligação ferroviária entre Gaia e Porto.
(3)- Francisco José Lopes Ferreira Cardoso (1865-1947), o “Tio Chico”, teve forte influência sobre Amadeo, aconselhou-o e apoiou as suas decisões. Era um homem muito viajado, de grande cultura e sensibilidade artística e literária, que estabeleceu muitas amizades no mundo da política, das letras, das artes e até do espectáculo. Entre os seus amigos, contavam-se o rei D. Carlos, António Cândido, Teixeira de Pascoaes e D. António Barroso (bispo do Porto).
(4)-Inaugurado em 18 de Março de 1908, o Jardim Passos Manuel existiu até 1938 onde actualmente se ergue o Coliseu do Porto. Inspirado nos jardins parisienses da Belle Époque, foi local privilegiado das noites boémias portuenses, oferecendo o animatógrafo mais evoluído do seu tempo, grandes espectáculos de “music-hall”, os maiores êxitos musicais da época e outros acontecimentos culturais. Era de tal modo importante para a cidade que se cunhou uma moeda própria, aceite em transacções correntes nas lojas e cafés das redondezas - o mais próximo dos quais era o Majestic.
(5)-“Diário da História de Portugal”, José Hermano Saraiva e Maria Luísa Guerra, SRD, Maio 1998, pág. 513.
(1)- Assim chamada devido às notícias alarmistas veiculadas em primeira mão pela imprensa espanhola.
(2)- Concluída em 1877 com a construção da ponte D. Maria Pia, que permitiu a ligação ferroviária entre Gaia e Porto.
(3)- Francisco José Lopes Ferreira Cardoso (1865-1947), o “Tio Chico”, teve forte influência sobre Amadeo, aconselhou-o e apoiou as suas decisões. Era um homem muito viajado, de grande cultura e sensibilidade artística e literária, que estabeleceu muitas amizades no mundo da política, das letras, das artes e até do espectáculo. Entre os seus amigos, contavam-se o rei D. Carlos, António Cândido, Teixeira de Pascoaes e D. António Barroso (bispo do Porto).
(4)-Inaugurado em 18 de Março de 1908, o Jardim Passos Manuel existiu até 1938 onde actualmente se ergue o Coliseu do Porto. Inspirado nos jardins parisienses da Belle Époque, foi local privilegiado das noites boémias portuenses, oferecendo o animatógrafo mais evoluído do seu tempo, grandes espectáculos de “music-hall”, os maiores êxitos musicais da época e outros acontecimentos culturais. Era de tal modo importante para a cidade que se cunhou uma moeda própria, aceite em transacções correntes nas lojas e cafés das redondezas - o mais próximo dos quais era o Majestic.
(5)-“Diário da História de Portugal”, José Hermano Saraiva e Maria Luísa Guerra, SRD, Maio 1998, pág. 513.
(6)-"Modigliani senza leggenda", Jeanne Modigliani, Vallecchi-Editore, Firenze, 1958.
(7)-"História do Século XX", nº 32.
(8)-"Portugal Século XX - Crónica em Imagens, 1910-1920", Joaquim Vieira, CL, pág. 207.
(9)-Citado na versão original em “Miguel de Unamuno e Manuel Laranjeira”, Júlio Garcia Morejón / Dicionário de Literatura, vol. 2, Figueirinhas, 1989.
(10)-O pai, José Emygdio de Souza Cardoso, era um abastado proprietário rural e chegou a Presidente da Câmara Municipal de Amarante.
Outras fontes:
Biografia de Amadeo Souza-Cardoso, Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso – Amarante; Manuel de Laranjeira (1877-1912) – Vivências e imagens de uma época”, Orlando da Silva, 1992.
(9)-Citado na versão original em “Miguel de Unamuno e Manuel Laranjeira”, Júlio Garcia Morejón / Dicionário de Literatura, vol. 2, Figueirinhas, 1989.
(10)-O pai, José Emygdio de Souza Cardoso, era um abastado proprietário rural e chegou a Presidente da Câmara Municipal de Amarante.
Outras fontes:
Biografia de Amadeo Souza-Cardoso, Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso – Amarante; Manuel de Laranjeira (1877-1912) – Vivências e imagens de uma época”, Orlando da Silva, 1992.
*Fotos em Galeria da Biblioteca de Arte – Fundação Calouste Gulbenkian, no domínio público, sem restrições de direitos autorais conhecidos.
3 comentários:
Amadeu não vai a Barcelona, em 1914, para visitar Gaudi mas sim para se encontrar com o seu amigo Sola, escultor.
É certo que terão estado, ele e Sola, com Gaudi, mas o motivo da visita foi visitar e passar uns dias com Sola.
A Gripe Espanhola fez seguramente mais vítimas que 300 mil, infelizmente. Aliás não se compreenderia que fossem cerca de 70.000 vítimas em Portugal e 300.000 em todo o mundo. Isso corresponderia a quase 25% de vítimas portuguesas no total mundial...
300 mil foram as vítimas da gripe dita "espanhola" no Brasil. O total mundial de vítimas estima-se em 27 milhões mas deverão ter sido muitas mais pois a epidemia atingiu particularmente países muito populosos, como a China ou a Índia, relativamente aos quais faltam estatísticas fiáveis.
Obrigado pelo reparo, Anónimo. Os números já foram corrigidos.
Sérgio Reis
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