Siza Vieira receberá mais um prémio, o Leão de Ouro da
Bienal
O incêndio no Chiado (25 de agosto de 1988) é a referência temporal da participação portuguesa na Bienal
No dia 29 de agosto, abrirá ao público a 13ª Bienal de Arquitetura de Veneza, na qual irá participar um conjunto diversificado de arquitetos
portugueses. Este ano, o tema da Bienal é “Common Ground” (Terreno Comum) e, sob
o título “Lisbon Ground”, serão mostrados no pavilhão português (Fondaco
Marcello) grandes projetos de arquitetura realizados em Lisboa nos últimos 24
anos, desde o incêndio no Chiado (agosto de 1988). No final de junho, a
organização da Bienal anunciou a atribuição (1) de um Leão de Ouro a Siza
Vieira, em cerimónia a decorrer no dia 29 de agosto, às 11 horas.
A seleção do tema e dos participantes voltou a ser
polémica, tendo a comissária Inês Lobo explicado essa escolha na apresentação
da representação oficial (2), e comissariar é de facto fazer (e assumir)
escolhas com base em critérios compreensíveis, embora tenha merecido críticas o
elevado número de arquitetos e a sua possível identificação com António Costa,
presidente da Câmara Municipal de Lisboa. A verdade é que são nomes de
referência da arquitetura portuguesa da atualidade e que os seus projetos mudaram o terreno/território comum da capital, para lá de qualquer discussão
sobre a pertinência da localização geográfica das obras: a recuperação da zona
do Chiado (Siza Vieira), o MUDE-Museu do Design (Ricardo Carvalho e Joana
Vilhena), o Museu dos Coches (do arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha –
Bak Gordon Arquitetos), o terminal de cruzeiros de Lisboa (Carrilho da Graça), o
estudo urbano para o Parque Mayer e Jardim Botânico (Manuel e Francisco Aires
Mateus) a requalificação da Ribeira das Naus (dos arquitetos paisagistas João
Nunes e João Gomes da Silva).
Maqueta (Norigem) do novo Museu dos Coches (projeto de Paulo Mendes da Rocha)
(1)-com uma citação de Fernando Pessoa, do Livro do Desassossego: “Porque eu sou do tamanho do que vejo / E não, do tamanho da minha altura”. No texto que justifica a atribuição do Leão de Ouro, pode ler-se: “Supostamente correndo na direção oposta à do resto da profissão, ele parece estar sempre à frente, aparentemente imaculado, e não se intimida com os desafios práticos e intelectuais que define para si mesmo.”
(2)-A 20 de junho, no auditório do novo Museu dos Coches, ainda em construção.
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