Este sábado,16 de Junho, Ernesto de Sousa é recordado em Guimarães, com uma exposição documental no Centro de
Assuntos de Arte e Arquitetura (CAAA), intitulada “Documentando Dom Roberto”,
por ocasião do 50º aniversário do filme. A inauguração está marcada para as
14.30 horas, seguindo-se o lançamento do livro e de um DVD com o taking off. A
esposa estará presente, assim como familiares e amigos.
"Dom Roberto", a única
longa-metragem de Ernesto de Sousa (1921-1988), realizada em 1962 e contando
com alguns dos atores portugueses mais afamados (Raul Solnado, Glicínia
Quartin, Rui Mendes, Nicolau Breyner, …) foi premiado em Cannes ("Melhor
Filme para a Juventude" e "Filme da Jovem Crítica") mas o
realizador foi preso pela PIDE, polícia política portuguesa, quando saía do
país para receber os prémios. Como não podia deixar de ser, a exposição recorda
esta peripécia através das reações publicadas na imprensa estrangeira, o
telegrama que realizadores de renome internacional (François Truffaut, Alain Resnais,
Agnès Varda,…) subscreveram e foi enviado a Salazar, o diploma do Festival de
Cannes, a censura, as polémicas e as críticas favoráveis nas melhores revistas
estrangeiras sobre cinema, assim como diversos aspetos da vida e obra de
Ernesto de Sousa.
A reposição do mixed-media “Almada,
Um Nome de Guerra” está agendada para o dia 6 de julho, em Serralves. Almada
Negreiros foi uma referência para Ernesto de Sousa, que divulgou
incansavelmente a sua personalidade e obra. “Nome de Guerra” é o título de um
romance de Almada Negreiros, escrito em 1925.
“Almada, Um Nome de Guerra” começou
a ser produzido em 1969, com capital particular e contributos de artistas,
críticos e cineastas amadores. Ficou terminado em 1973 e estreou em 1983, em
Madrid. Trata-se de um filme-processo / filme-aberto, em 35 e 16 mm, projeções
de slides e várias fontes sonoras, música de Jorge Peixinho interpretada pelo
Grupo de Música Contemporânea de Lisboa.
A exposição gráfica e as projeções
digitalizadas podem ser vistas em Serralves até 01 de setembro.
Ernesto de Sousa, artista pluridisciplinar
que José Riço Direitinho apelidou de “Operador Estético” (Público, 28 de outubro
2011), destacou-se em vários domínios artísticos, com destaque para as artes
visuais, cinema, teatro, sempre do lado das vanguardas, desenvolvendo
igualmente importante atividade na área do jornalismo, rádio e crítica.
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