domingo, 14 de junho de 2009

AMÍLCAR HENRIQUE (1979-1999)


Amílcar Henrique – a homenagem possível (1)

É infelizmente longa a lista de artistas portugueses que nos deixaram muito cedo, uns no auge da carreira (como Amadeo de Souza-Cardoso, Santa-Rita Pintor ou Pimenta Nunes) e outros ainda no final de uma prometedora aprendizagem artística, como sucedeu com Amílcar Henrique, que teria completado 21 anos no passado dia 8 de Março.
Amílcar Henrique Rodrigues Marques nasceu em 1979, em Oliveira do Hospital, mas mantinha uma forte ligação a Seia, onde deixou muitos amigos e grandes saudades. Residia desde criança em Nogueirinha, Meruje, onde frequentou a escola primária. Estudou depois em Oliveira do Hospital, até ao 9º ano, e em Aveiro, até ao 11º ano, onde descobriu novos horizontes e um novo conceito de luz, pois ali a luz natural rebrilha com a proximidade do mar. Voltou a Meruge para completar o 12º ano na Escola Secundária de Seia, mas já trazia no olhar a fixação dos grandes horizontes. A sua primeira obra, “O Farol de Aveiro”, pintada em 1995, mostra já essa enormidade de cor a que artista algum consegue ficar indiferente.

O jovem Amílcar começou a mostrar o seu trabalho com a humildade que caracteriza as almas maiores e os bons artistas. Em 1996, participa numa exposição colectiva na Biblioteca Municipal de Aveiro, certamente com as dúvidas próprias de quem mostra pela primeira vez o seu trabalho ao público. Continuou depois a participar noutras exposições colectivas: no restaurante-bar “Onde Quiseres” (Aveiro, 1997); Colectiva de Jovens Pintores (Biblioteca Municipal de Aveiro, 1997); Casa da Cultura de Oliveira do Hospital (1998); I Exposição Colectiva de Artistas Senenses (1999).

Amílcar Henrique, "Sensório", Óleo s/tela, 1999

A morte levou-o antes da tão almejada primeira exposição individual, primeiro marco da carreira de qualquer artista, e o Gabinete Cultural da Câmara Municipal de Seia decidiu, e muito bem, realizar esta exposição de homenagem, integrada na exposição de trabalhos dos artistas senenses. E retrospectiva, pois o que foi jamais poderá deixar de o ser, e por esta medida a História nunca se repete.”

(1) -Texto de Sérgio Reis publicado no desdobrável da exposição de homenagem integrada na II Exposição Colectiva dos Artistas Senenses – Galeria do Salão dos Congressos, 13 a 28 de Maio de 2000.





1 comentário:

Unknown disse...

Obrigado, por manter vivo o meu irmão.

Penso que não o conheço pessoalmente, mas não podia deixar de lhe agradecer.

Obrigado,
Jorge Marques