terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Dez Anos sem Maluda (1934-1999)

Este texto está redigido de acordo com as novas normas do Acordo Ortográfico

Telhados de Lisboa, 1996, serigrafia

Passam hoje (10 de fevereiro) dez anos sobre a morte de Maluda, a pintora apaixonada pelo espaço, geometria e cores da paisagem urbana, animadora de tertúlias, conhecida do grande público pelos belíssimos selos dos CTT reproduzindo obras suas.

Maluda (Maria de Lurdes Ribeiro), nasceu em Goa, antigo Estado Português da Índia, em 1934. “Vim do Oriente, onde nasce a luz; passei por África, onde aprendi a amar a vida; cheguei à Europa, onde estudei pintura na cidade das luzes; depois fixei-me em Lisboa. Gradualmente refiz o percurso labiríntico em direção à luz. Cada passo revela, à sua maneira, esse jogo de sombras e de luz que é a vida e a morte, a sabedoria e a ignorância. Eu pinto. É uma aventura que não troco por nenhuma outra.” (Maluda - Revista Galeria de Arte, nº 5, julho/agosto de 1996).

Em Lisboa, onde se fixou em 1967, Maluda chegou à síntese da paisagem – formas simplificadas, bem definidas e ritmadas, cores luminosas, fundos / espaços abertos. Em 1968, pinta os seus primeiros quadros sobre Lisboa. Dois anos depois, realizou a sua primeira exposição individual – na Galeria do Diário de Notícias, em Lisboa. No ano seguinte, instalou a sua casa-atelier na Rua das Praças, em Lisboa.
000
000
Em 1974, pintou o retrato de Ana Zanatti (foto Homem Cardoso, "Gente" Nº 23, Abril de 1974)

Em 1986, pintou a obra “Portel”, provavelmente a sua melhor obra, eleita por José-Augusto França como um dos “100 Quadros Portugueses do Século XX”.

A partir de 1985, realizou alguns desenhos para selos dos CTT. A primeira série, “Quiosques portugueses” viria a receber um prémio mundial em 1987, nos EUA, num concurso em que participaram vinte países). Em 1989, o seu selo “Évora Património Mundial” recebeu em Périgaud (França) o prémio mundial para o melhor selo. A sua última exposição individual, em 1998, é precisamente sobre “Os selos de Maluda”, patrocinada pelos CTT.


“Quiosques portugueses”, 1985

Prémio de pintura da Academia Nacional de Belas Artes de Lisboa (1979). Prémio de artes plásticas Bordalo Pinheiro, atribuído pela Casa da Imprensa (1994).

São igualmente obras de sua autoria os logótipos do “Estoril Open” de ténis (1989) e do “Portugal Open” de golfe (1992), assim como o retrato do Professor Victor Crespo para a galeria de Presidentes da Assembleia da República (1997). Sobre a artista, escreveu Vieira da Silva: “Os quadros de Maluda são um hino, um louvor à vida, ou seja à construção do abrigo humano”. Mais dados sobre Maluda e a sua obra em http://maludablog.umnomundo.eu/

Ponte de Lima, 1978

Fontes (para além das que se encontram referidas no texto): "Dicionário de Pintores e Escultores Portugueses", Vol. IV, Fernando de Pamplona; Correio da Manhã - revista CM, 1985; Jornal de Notícias 30/9/1987.

Sem comentários: