quarta-feira, 17 de outubro de 2012

MUSEU DE ARTE DO RIO (MAR)



Está prevista para novembro a inauguração do Museu de Arte do Rio (MAR), a primeira grande estrutura cultural prevista para a renovação da zona do porto, no Rio de Janeiro. O projeto inclui mais dois museus (Museu do Amanhã, Museu da Imagem e do Som) e o arranjo urbanístico da zona portuária, que conta já com o Centro Cultural José Bonifácio, instalado desde 1994 num edifício histórico (construído no tempo de D. Pedro II) e sede do Centro de Referência da Cultura Afro-brasileira, uma instituição única na América Latina.

O novo museu fica instalado num edifício estilo neoclássico construído em 1916, também conhecido como Palacete Mauá, cujo interior foi modificado para dar lugar a oito grandes salões destinados a exposição de obras de arte. No edifício vizinho, onde existiu um hospital da polícia, funcionará a Escola do Olhar, os serviços educativos do MAR, considerados muito importantes para o projeto Porto Maravilha Cultural. Ambos os edifícios serão cobertos por uma estrutura ondulada, em betão armado, imitando as ondas do mar. O projeto da obra é da responsabilidade da antiga e famosa sociedade de arquitetos brasileiros Bernardes & Jacobsen, hoje gerida por Thiago Bernardes e Paulo Jacobsen, netos dos fundadores.

O acervo do MAR é composto por obras de arte, fotografias e documentos históricos adquiridos pela prefeitura e provenientes de doações. Os dois primeiros andares do edifício vão acolher exposições temporárias, a inaugurar em janeiro de 2013, contando com a colaboração de colecionadores como Jean Boghici, João Sattamini, Gilberto Chateaubriand ou Sérgio Fadel. As mais importantes coleções de arte do Brasil estão no Rio de Janeiro e a maior parte dos artistas brasileiros residem e trabalham na antiga capital. Para além da exposição temática “Rio de Imagens – uma paisagem em construção”, haverá exposições destinadas a mostrar parte da coleção de Jean Boghici (“O Colecionador”) e de Sérgio Fadel (“Vontade Construtiva”).

A exposição temporária “O Colecionador” apresentará obras de arte brasileira e internacional pertencentes à Coleção Boghici. O colecionador e comerciante de arte Jean Boghici perdeu várias obras da sua vasta coleção num incêndio no seu apartamento, ocorrido em agosto, entre as quais a obra-prima de Di Cavalcanti, “Samba” (1925), considerada um marco da arte brasileira. Boghici nasceu na Roménia em 1928, tendo chegado ao Brasil em 1949, e tornou-se um dos mais importantes colecionadores de arte brasileiros, pela importância das obras que começou a reunir na década de 1960 e por ter influenciado outros colecionadores e a carreira de inúmeros artistas – tal como em Portugal tivemos o galerista Manuel de Brito (1928-2005), personalidade relevante na cultura portuguesa desde os anos 60 e que era, curiosamente, natural do Rio de Janeiro. 


Di Cavalcanti, "Samba", 1925, óleo s/tela

Criada com verbas da prefeitura, Organizações Globo e Vale, a nova instituição é gerida pela Fundação Roberto Marinho e tem uma meta estipulada pela prefeitura de 200 mil visitantes por ano. Este objetivo não será difícil de atingir graças aos milhões de turistas oriundos de todo o mundo que procuram anualmente o Rio de Janeiro, o destino turístico mais procurado na América Latina.

Site do MAR - Museu de Arte do Rio

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