sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

JOSÉ MARQUES DA SILVA

A recente comemoração do centenário da luz eléctrica em Seia, progresso devido principalmente a António Marques da Silva (Gouveia, 1868 – Seia, 1953), fez-me lembrar outro Marques da Silva seu contemporâneo e grande arquitecto portuense.

José Marques da Silva (Porto, 1869-1947) concluiu em 1882 o Curso de Arquitectura na Academia Portuense de Belas Artes e obteve em 1886 o título de Arquitecto Diplomado pelo Governo Francês. Ver biografia completa no site da UP.

Projectou edifícios emblemáticos da cidade do Porto, com destaque para a Estação de São Bento (1896-1900/1916), o actual edifício do Teatro Nacional de São João (1909, após um incêndio ter destruído o primitivo Real Teatro de São João, em 1908), a Casa de Serralves (a jóia nacional da Arte Déco, iniciada em 1925) ou a nova igreja de Cedofeita (1899/1906), assim como em Guimarães: Templo de São Torcato, Santuário da Penha, sede da Sociedade Martins Sarmento, mercado (1927). Participou activamente no desenho actual da baixa portuense, concebendo diversos prédios modernos – entre os quais o das antigas Galerias Palladium (1914), na Rua de Santa Catarina, e da Companhia de Seguros “A Nacional” (1919), na Praça da Liberdade.

Em 1913, foi nomeado Director da Escola de Belas Artes do Porto. Participou nas principais reformas do ensino artístico. Projectou os liceus Alexandre Herculano (1914) e Rodrigo de Freitas (1918) e instalou definitivamente a Escola de Belas Artes no Palacete de S. Lázaro.

Aproximou-se da Arte Déco após 1925, ano em que visitou a Exposition Internationale de Arts Décoratifs et Industriels Modernes em Paris, com o seu amigo Carlos Alberto Cabral (1895-1968), 2º Conde de Vizela, para quem desenvolveu o projecto original da Casa de Serralves, atribuído a Charles Siclis, cuja construção se iniciou nesse mesmo ano.

No seu antigo atelier, ao lado da sua moradia na Praça Marquês de Pombal, encontra-se o Instituto Arquitecto Marques da Silva.



Teatro Nacional de São João, de Marques da Silva (bilhete-postal da época)

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