António Correia nasceu em Seia em 15 de Setembro de 1948.
Filho e neto de dois grandes fotógrafos senenses (Serafim e Eduardo Correia, respectivamente*), António Correia absorveu muito cedo o entusiasmo pela fotografia e as técnicas necessárias à captação, revelação, fixação e retoque da imagem – tal como já o faziam o seu pai e avô, ao longo das décadas douradas da fotografia mecânica, e hoje convertido às virtualidades da fotografia digital, que trouxe novos desafios técnicos e um novo conceito de “paciência de fotógrafo” **.
Ao serviço do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) desde 1978, conhece a Serra da Estrela como poucos e gosta dela como mais ninguém (como bem sublinhou Angelina Barbosa na sua mensagem, lida na homenagem a A.C.), sendo das pessoas que mais a fotografou desde a criação do Parque Natural.
“Juntamente com Angelina Barbosa, Alberto Martinho e Teresa Lopes, calcorreou a Serra logo no início da criação do Parque Natural, fotografando e desenhando a partir das fotografias, lugares e pormenores da imensa montanha que é a Estrela. A maior parte das fotografias do PNSE foram tiradas por António Correia, muitas das quais fazem parte de inúmeras publicações oficiais e particulares, entre elas o “Guia de Percursos Pedestres da Serra da Estrela” (1990) em co-autoria com Angelina Barbosa. Participou ainda na ilustração do Guia Geológico e Botânico do Parque Natural da Serra da Estrela ”.***
A sua colaboração alargou-se a diversas exposições de fotografia do Instituto de Conservação da Natureza em Lisboa, com destaque para a exposição do ICN na Expo’98. Participou também em várias exposições colectivas de fotografia, tendo conquistado o primeiro prémio num concurso de fotografia na Covilhã.
Em Seia, participou nas exposições das antigas “Festas da Vila” e em várias edições da ARTIS.
Assina uma rubrica fotográfica no jornal Porta da Estrela, “Imagens da Nossa Terra”.
A propósito desta colaboração com o PE, quero ainda recordar que, no final de 1995, António Correia foi meu “cúmplice” numa pequena surpresa que fizemos a seu pai, Serafim Correia, publicando um artigo, muito ilustrado com fotos de época, na revista PE nº 2 (20 de Janeiro de 1996). O António recolheu os dados e as fotos necessárias à elaboração do artigo e manteve o segredo até ao fim.
Pelo volume e qualidade do seu trabalho como fotógrafo, pelas qualidades da pessoa e por representar uma linhagem de fotógrafos de grande categoria, a homenagem dos artistas senenses a António Correia (09 de Maio de 2009, na cerimónia de abertura da ARTIS 8) é inteiramente merecida. Na ocasião, Mário Jorge Branquinho falou sobre o fotógrafo e leu uma mensagem de Angelina Barbosa. Ambos os textos podem ser lidos no seu blog.
No âmbito desta homenagem, encontra-se patente ao público até 07 de Junho de 2009, nos Paços do Concelho de Seia, uma exposição de fotografias de sua autoria, intitulada "O Vermelho na Fotografia".
Sérgio Reis
*Para além de outros familiares ligados à fotografia, por exemplo em Oliveira do Hospital - Foto Correia.
** Na cerimónia de abertura da ARTIS 8, referindo-se às técnicas ancestrais de revelação e fixação da imagem, praticadas pelo avô e ainda pelo seu pai, António Correia elogiou a “paciência do fotógrafo”. Então, os líquidos de revelação e de fixação da imagem eram produzidos pelos próprios fotógrafos e, o processo de revelação, muitas vezes sujeito a repetições, obrigava a um repetitivo e demorado trabalho de paciência, realizado em salas escuras, sob luz vermelha. Hoje, as ferramentas digitais de fixação e melhoramento da imagem obrigam a outra “paciência de fotógrafo”.
*** Extraído do currículo de António Correia, catálogo da ARTIS 8 – 2009.
Anta de Paranhos da Beira - foto de António Correia
Ponte sobre o rio Alva em Vila Cova - foto de António Correia
Capa de um dos livros de Angelina Barbosa e António Correia
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