
Depois de viajar pelos textos-objetos da epopeia moderna “Uma Viagem à Índia”, percebi que tinha encontrado um escritor português à altura de Saramago e de António Lobo Antunes. Acabei de ler “Aprender a rezar na Era da Técnica”, uma incursão pelo preocupante mundo de exactidão e rigor do cirurgião Lenz Buchmann, tecnicamente desumano quando se preocupa com a sua própria humanidade, desde a plenitude da sua eficácia (“Força”), perda de faculdades (“Doença”) e colapso (“Morte”).
"Aprender a Rezar na Era da Técnica" recebeu vários prémios em França, em 2010, entre os quais o concorrido Prémio do Melhor Livro Estrangeiro 2010, um ano depois de ter sido nomeado para o Prix Cévennes 2009 – Prémio para o melhor romance europeu (França) com "Jerusalém".
Gonçalo M. Tavares nasceu em Luanda em 1970. Desde 2001, ano em que publicou a sua obra de estreia (“Livro de Dança”, Assírio e Alvim), mantém uma intensa atividade literária, editando romances, contos, ensaio, poesia e teatro. As suas obras têm sido traduzidas em dezenas de países e mereceram diversos prémios em Portugal e no estrangeiro. Entre os prémios nacionais, destacam-se o Prémio LER/Millennium BCP 2004 e o Prémio José Saramago (2005), pelo romance “Jerusalém”.