Sala de exposições temporárias do Posto de Turismo de Seia, de 15 de junho a 17 de julho 2011
O ceramista e escultor Victor Mota regressa – e muito bem – a Seia, na sala de exposições temporárias do Posto de Turismo, com uma série de figuras em grés tratando o tema do Santo António e a simbologia que lhe está associada. Das 27 peças que integram a mostra, 25 são figuras de pequena dimensão, representando o santo em diversas situações, e duas são cenas da vida mítica do santo: “Nossa Senhora entrega Menino a Santo António” e “Santo António casamenteiro” – a peça mais trabalhada, uma composição narrativa em jeito de diorama. Na anterior, a utilização criteriosa da cor destaca e anima as figuras de Maria e do Menino, acentuando as forças em tensão no conjunto, com muitos vazios em volta das figuras e as linhas dos braços convergindo para o centro, onde a alegria incontida do menino transparece da massa fria e inerte da argila. Aliás, a delicadeza dos afetos e a emoção da fé transparece em muitas das peças expostas, levantadas em rude grés pelas mãos conhecedoras e sentido plástico do artista. De notar, ainda, o modo como Victor Mota incorpora elementos geometrizados na construção das figuras sem perder a referência do antropomorfismo e sugerindo algum dinamismo, o que resulta muito bem neste tipo de figuração, tradicionalmente estática.
Santo António foi figura de relevo na Idade Média europeia, suscitando grande popularidade graças à sua sabedoria, dotes oratórios e anunciados milagres, mas também a admiração e respeito dos homens letrados da época. Nascido em Lisboa no final do século XII com o nome de Fernando, o franciscano António notabilizou-se como pregador e ensinou Teologia na Itália e na França, para além do desempenho de cargos na estrutura organizativa dos franciscanos a convite do próprio Francisco de Assis. Foi declarado santo imediatamente após a sua morte, aos 36 anos (ou 40, dada a incerteza do ano de nascimento), no processo de canonização mais rápido de sempre da Igreja Católica. Em 1946, Pio XII proclamou-o Doutor da Igreja, mas o atributo do livro (símbolo da sabedoria e do teólogo) aparece já no primeiro retrato conhecido de Santo António, datado de 1270.
Na iconografia religiosa é incontornável a observância dos atributos – cânones que permitem identificar as figuras, servindo como tópicos visuais da narrativa mítica sancionada pela Igreja. No texto de apresentação da exposição, são referidos outros atributos de Santo António, como o hábito franciscano (às vezes mostrando por baixo o hábito dos agostinhos), a corda com os três nós (pobreza, castidade e obediência), o lírio (símbolo da pureza) e a cruz. O atributo do pão foi estabelecido no século XIX, lembrando que Santo António já aparecia em pinturas do século XVI e XVII distribuindo o “pão dos pobres”. Quanto ao Menino Jesus, este atributo evoca a aparição a Santo António em Camposampiero, testemunhada pelo Conde Tiso, sendo conhecida alguma iconografia mostrando Maria a oferecer o filho em adoração.
A mostra de Seia integra um conjunto de exposições com o mesmo tema, a primeira das quais decorreu em junho na Capela de São Sebastião, nas Caldas da Rainha, onde Victor Mota já tinha realizado em 2010 uma grande exposição sobre o Santo António (50 figuras) e o Presépio.
Victor Mota nasceu em Peniche em 1967.
Frequentou os cursos de modelação decorativa (1987), com o mestre Herculano Elias e Euclides Rebelo, e de escultura cerâmica de figura humana (1988) no CENCAL - Centro de Formação Profissional para a Indústria Cerâmica das Caldas da Rainha.
Participou ainda em workshops de cerâmica, com o ceramista e artista plástico galego Xhoan Viqueira (trabalhos sobre Bordalo Pinheiro) e com o designer belga Francis Beths (trabalhos sobre mobiliário urbano em cerâmica).
Iniciou a atividade artística na década de 90, tendo participado em várias exposições coletivas de cerâmica e escultura nas Caldas da Rainha, Óbidos e Massamá.
Em 1993, realizou a primeira exposição individual, nas Caldas da Rainha. Em 2010, mostrou o seu trabalho artístico em quatro importantes exposições individuais de cerâmica e escultura, na Capela de São Sebastião (“50 Esculturas de Santo António” e “60 Presépios”), no Céu de Vidro - Parque D. Carlos I (“Biodiversidade no Parque”) e na Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo (“Presépios”), todas nas Caldas da Rainha. Em março de 2011, expôs no Posto de Turismo de Seia ("As 3 Faces da Deusa") e regressou à temática do Santo António nas exposições de verão nas Caldas da Rainha, Seia e Cadaval.
Frequentou os cursos de modelação decorativa (1987), com o mestre Herculano Elias e Euclides Rebelo, e de escultura cerâmica de figura humana (1988) no CENCAL - Centro de Formação Profissional para a Indústria Cerâmica das Caldas da Rainha.
Participou ainda em workshops de cerâmica, com o ceramista e artista plástico galego Xhoan Viqueira (trabalhos sobre Bordalo Pinheiro) e com o designer belga Francis Beths (trabalhos sobre mobiliário urbano em cerâmica).
Iniciou a atividade artística na década de 90, tendo participado em várias exposições coletivas de cerâmica e escultura nas Caldas da Rainha, Óbidos e Massamá.
Em 1993, realizou a primeira exposição individual, nas Caldas da Rainha. Em 2010, mostrou o seu trabalho artístico em quatro importantes exposições individuais de cerâmica e escultura, na Capela de São Sebastião (“50 Esculturas de Santo António” e “60 Presépios”), no Céu de Vidro - Parque D. Carlos I (“Biodiversidade no Parque”) e na Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo (“Presépios”), todas nas Caldas da Rainha. Em março de 2011, expôs no Posto de Turismo de Seia ("As 3 Faces da Deusa") e regressou à temática do Santo António nas exposições de verão nas Caldas da Rainha, Seia e Cadaval.
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