Lançado em Itália no final de Agosto, “Alabardas,
alabardas”, o livro que Saramago deixou apenas esboçado, chegará às livrarias
portuguesas a 23 de setembro (Porto Editora), podendo ser já reservado via Internet. Até final de setembro o livro será também publicado no Brasil,
Espanha (em espanhol e catalão) e América Latina.
Falecido em 2010, José Saramago deixou trinta páginas com
elementos para a sua nova obra, abordando a problemática do belicismo e do
pacifismo, através da história de um empregado numa fábrica de armamento que subitamente
descobre que o seu trabalho alimenta uma complexa máquina de interesses
secretos (1).
O livro é ilustrado por Günther Grass, escritor alemão
que sucedeu a Saramago nos prémios Nobel da Literartura em 1999 e também conhecido
pela sua obra gráfica. Em 2000, Grass expôs em Almancil, no Centro Cultural de
São Lourenço, as aguarelas que ilustravam o seu livro mais recente, “O Meu
Século”. Em 2006, o Instituto Goethe mostrou em Lisboa uma retrospetiva da obra
de Grass, intitulada “Imagens do seu escrever”, composta por desenhos,
trabalhos gráficos, aguarelas e esculturas.
Quando Günter Grass revelou ter pertencido às Waffen-SS,
a força de elite da Alemanha nazi, na sua juventude, Saramago foi uma das
personalidades com prestígio internacional que saiu em defesa do escritor
alemão, elogiando o seu sentido de responsabilidade e coragem. E tal como Grass, Saramago não queria morrer sem dizer tudo
e assim o exprimiu: “Que quem se cala quanto me calei, não poderá morrer sem dizer
tudo.”
(1)-Publicação de “Alabardas,alabardas” em Itália.
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