Pablo Picasso "Desnudo, hojas verdes y busto", 1932
Foi recentemente divulgada a descoberta no Uruguai de uma obra de
Ticiano (c. 1473/1490 — 1576), o principal pintor veneziano do
Renascimento. Este tipo de descobertas (verdadeiros "achamentos") não são cada vez mais raras e dão que pensar. Outro quadro de Ticiano foi encontrado em finais de 2012 na National Gallery, em Londres. As notícias sublinham o valor certamente exorbitante destas pinturas, sabendo-se que duas outras obras de
Ticiano, realizadas décadas depois, foram vendidas em 2012 por 54 milhões de
euros (“Diana e Calisto”) e 50 milhões de euros (“Diana e Actaeon”).
O valor exorbitante que certas obras artísticas atingem nos mercados nada tem a ver com Arte, apesar de chamarem a
atenção – e ao conhecimento geral – determinadas obras de artistas universais. Terá mais a
ver com os negócios especulativos com objetos únicos produzidos ou usados pelas
personagens míticas vulgarmente conhecidos por “famosos”, na linha das cuecas sujas de Elvis Presley (2012, não licitada) e do vestido branco que Marilyn Monroe
usou no filme “O Pecado Mora ao Lado” (vendido em 2011, na
Califórnia, por 4,6 milhões de dólares).
Autores como Christopher Mason (1), consideram o negócio
dos leilões como um dos mais nublosos e obscuros capítulos da Economia da Arte (outro,
será o negócio das falsificações), tendo sido tema de vários estudos e inúmeros
debates, motivando o surgimento de atitudes e movimentos artísticos que
promovem a produção desinteressada de obras de arte, a arte pela arte, e a
troca de bens artísticos.
Atualmente, qualquer rabisco ocasional de Pablo Picasso,
por exemplo, vale milhões. Nem admira que muitos artistas contemporâneos
conhecidos comercializem a própria assinatura, a autoria de algo
independentemente das qualidades da obra produzida. O quadro de Picasso
"Desnudo, hojas verdes y busto" (Nu, folhas verdes e busto), de
1932, detém o recorde mundial na pintura, ao ser vendido em 2010 por 81 milhões
de euros (106,4 milhões de dólares). A obra de Egon Schiele “Selbstdarstellung
mit Wally” (Autoretrato com Wally), guache de 1914, foi vendido em 2013 por 9
milhões de euros, detendo o recorde para uma obra em papel.
Egon Schiele “Autoretrato com Wally", 1914, guache e lápis s/papel
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