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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Michael Landy – Santos ao vivo em Londres



Entre os artistas contemporâneos que reutilizam materiais e partes de objectos usados nas suas criações, destaca-se o britânico Michael Landy (n. Londres, 1963). As suas obras combinam a performance com a instalação e privilegiam a recontextualização, transformando em obra de arte o que parece vulgar e mundano. As suas propostas artísticas complexas e de grande impacto visual ganharam visibilidade no grupo londrino YBA - Young British Artists (Jovens Artistas Britânicos) e colocaram-no rapidamente entre os melhores representantes da Arte Concetual e instalação europeias. Em Break Down (2001), a sua principal obra, Landy destruiu todos os seus bens e objetos pessoais, a maior parte deles insubstituíveis. Outra das suas obras de referência é Art Bin (2010).

Uma série de trabalhos recentes de Michael Landy encontra-se em exposição até 24 de novembro na National Gallery, Londres. Esta exposição, intitulada “Saints Alive” (Santos ao Vivo), é o resultado de uma residência artística do artista na National Gallery. Landy ficou fascinado com as representações sagradas de santos e suas histórias, realizando várias esculturas cinéticas com acumulação de formas diversas e peças de objetos e máquinas. A esculturas são interativas, bastando ao visitante carregar num pedal para lhes dar movimento.
Entre as esculturas expostas pode ser apreciado (e animado) um São Jerónimo ou um São Jorge.


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O meticuloso Barocci na National Gallery

Barocci, "Madonna del Popolo", 1575-79 (Galeria Uffizi, Florência). A composição, o pormenor e a cor, previamente estudados, conjugam-se admiravelmente nesta obra-prima do artista italiano.

De 27 de fevereiro a 19 de maio de 2013, a National Gallery vai mostrar em Londres um importante conjunto de obras de Frederico Barocci, pintor italiano falecido há 400 anos, conhecido pelo extremo cuidado com que elaborava as suas pinturas, desde o realismo das figuras à harmonia da composição, e particular sensibilidade para a cor.

Frederico Fiori, “Il Baroccio”, nasceu em Urbino em 1528 e aí faleceu em 1612. O influente Giovanni Pietro Bellori (1), na sua cruzada por uma arte ideal, guiada pela razão, considerou Barocci o mais importante pintor do seu tempo, juntamente com Carracci (2), que fizera renascer o ideal renascentista.

Entre as obras que estarão expostas, consta o famoso retábulo da “Última Ceia” (c. 1580, Catedral de Urbino), graças à colaboração de entidades italianas e apoio da Fundação Joseph F. McCrindle.

Juntamente com 14 retábulos e pinturas religiosas e 4 retratos, serão apresentados alguns desenhos preparatórios e esboços a óleo, revelando a imaginação fértil e o método de trabalho de Barocci – que chegava a ser obsessivo na preparação das suas obras, produzindo inúmeros estudos prévios utilizando meios e técnicas diversas – tendo chegado até aos nossos dias cerca de 2.000 desenhos de sua autoria.

Todos os artistas utilizavam métodos e estratagemas para visualizarem as cenas (os “quadros”) que pretendiam pintar. O método de trabalho de Barocci, divulgado por Bellori, consistia num exigente e complexo programa de oito passos, que o artista adaptava às particularidades de cada obra a realizar:


1 - Esboços para trabalhar a ideia original, estudando a organização da cena, a perspetiva e a pose de cada figura.
2 - Estudos a carvão de modelos vivos.
3 - Modelos em miniatura ou tamanho real para estudar os efeitos da luz e sombra nos volumes e drapeados dos tecidos.
4 - Estudo da composição, a guache ou a óleo, com a marcação das zonas de luz e sombra .
5 - Esboço em tamanho natural, usando pastel ou carvão.
6 - Esboço na tela.
7 - Estudos de cores e harmonia cromática a óleo antes e durante a pintura da obra.
8 - Pintura da obra.

Um trabalho meticuloso que conferiu particularidades únicas à sua pintura e inspirou outros artistas, como Rubens, que adotaram no todo ou em parte o método de trabalho de Barocci.

(1) - Giovanni Pietro Bellori (Roma, 1613-1696), o mais importante teórico da arte do seu tempo e biógrafo de grandes artistas, publicou em 1672 a sua obra mais relevante, “Le vitte de pittori, scultori et architetti moderni”.
(2) - Annibale Carracci (Bolonha 1560 - Roma, 1609), contemporâneo de Barocci, conjugava na sua pintura particularidades de pintura florentina e veneziana, versatilidade que caraterizou o barroco da Escola Bolonhesa.

National Gallery

domingo, 6 de novembro de 2011

Pintura de Leonardo da Vinci na National Gallery


“Leonardo da Vinci: Pintor na Corte de Milão” é o título da importante exposição que abre a 9 de Novembro na National Gallery de Londres.

A primeira do seu género no mundo, inspirada pela obra “A Virgem dos Rochedos”, recentemente restaurada, a mostra reúne as mais raras obras produzidas por Leonardo da Vinci como pintor da corte de Ludovico Sforza em Milão, no final da década de 1480 e nos anos 90 do mesmo século.

Ao todo, são 93 obras de pintura (óleo e tempera sobre madeira, óleo sobre madeira e tela) e desenhos (a giz, tinta,...) e gravura, distribuídos por 7 salas temáticas: 1 - O músico em Milão: uma revolução silenciosa (Leonardo terá chegado à corte de Milão como músico talentoso); 2 - Beleza e Amor: retratos de mulheres por Leonardo (sobre o ideal de beleza do artista); 3 - Corpo e Alma: a penitência de São Jerónimo (Leonardo iniciou os seus estudos anatómicos em Milão); 4 - Pintando o Divino: A Virgem dos Rochedos (sobre as duas versões pintadas por Leonardo); 5 - A Madona Litta: Leonardo e os seus companheiros (a célebre obra interpretada pelos "companheiros pintores", em especial Giovanni Antonio Boltraffio, Marco d'Oggiono e Francesco Galli, o Napolitano); 6 - O Milagre do Talento: Leonardo e os franceses (após a tomada de Milão pelo rei de França, Luís XII, Leonardo pintou para os franceses); 7 - Carácter e Emoção: A Última Ceia (pesquisas de Leonardo sobre a expressão do carácter e das emoções para representar os 12 apóstolos).

Leonardo da Vinci, "A Dama do Arminho" (c.1489-90)

Entre as principais obras expostas, encontra-se "A Dama do Arminho" (óleo s/madeira), o famoso retrato de Cecília Gallerani, amante de Ludovico Sforza, pintada cerca de 1489-90. O arminho era o símbolo do Duque de Milão, que encomendou a Leonardo diversas obras, entre as quais "A Última Ceia". Outra pintura exposta é "A Bela Ferronnière" (óleo s/madeira, cerca de 1493-94), possível retrato de Beatrice D'Este, esposa de Ludovico Sforza, ou a representação apaixonada de um ideal de beleza, para além da obra inacabada "São Jerónimo" (óleo s/madeira, cerca de 1488-90), "A Virgem dos Rochedos" (óleo s/madeira, 1483-85), "A Madona Litta" (tempera s/madeira, 1491-95), ou o recentemente (re)descoberto "Cristo Salvator Mundi" (óleo s/madeira, cerca de 1499).

A exposição decorre até 5 de Fevereiro de 2012.